Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Costa, Marcelo Henrique Pereira |
Orientador(a): |
Silva, Markus Figueira da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28914
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Resumo: |
O prazer é o principal motor do comportamento humano, uma força da natureza que impulsiona a vida à sua máxima afirmação. Por isso também ele é o maior problema ético e moral para toda uma tradição do pensamento, de Demócrito a neurocientistas contemporâneos. Michel Onfray, pensador libertário dos mais interessantes no cenário intelectual francês atual, afirma que não há ética fora do hedonismo, razão pela qual sua obra se organiza junto à longa linhagem da tradição filosófica hedonista. Concebendo o humano como um ser constituído de paixões e forças vitais brutas que precisam ser lapidadas por um projeto filosófico e ético, Onfray pensa o corpo e o prazer como guias existenciais. O presente estudo aborda essa ética jubilosa a partir de duas obras fundamentais da bibliografia onfrayriana: A arte de prazer: por um materialismo hedonista (1991); e A escultura de si: a moral estética (1993). Tomando estes textos como horizonte teórico, o trabalho está organizado em quatro capítulos. O primeiro aborda a questão do corpo, essa máquina hiperestésica da qual toda filosofia é a expressão. Hápax existencial, conceito que norteia esse capítulo, foi desenvolvido por Onfray para dar conta da relação corpo/pensamento. Em seguida, abordamos os fundamentos do hedonismo, buscando examinar a natureza própria do prazer e da dor enquanto afetos primordiais da vida. Donde as seguintes questões: por que o prazer é um problema moral? Quais são suas implicações éticas? O prazer é condição necessária para a felicidade? Hedonismo e eudemonismo são noções distintas ou interrelacionadas? No terceiro capítulo adentramos nos desenvolvimentos éticos fundadores do hedonismo, os quais devemos às filosofias de Aristipo e de Epicuro, dois pensadores da Antiguidade grega. Propomos aqui uma apresentação comentada da interpretação que Onfray oferece destes representantes maiores do hedonismo. Prazer e estilo intitulam o último capítulo desta dissertação. De fato, para Onfray o hedonismo ético é sinônimo de estética da existência. Assim, na esteira de Nietzsche ele versa sobre um individualismo que não é um egoísmo, defende um relativismo ético contrário a toda moral castradora e pensa a construção de um eu possível a partir da matéria bruta e caótica de que somos feitos a priori. Em seguida, propõe uma teoria do gozo estético onde celebra o corpo e seus cinco sentidos, decerto, mas dá especial atenção ao olfato, ao paladar e ao tato, pois estes são, segundo a tradição idealista a que Onfray se contrapõe, “sentidos ignóbeis” desprovidos de status intelectual. Ao fim concluímos que o propósito da obra onfrayriana é o de promover uma rematerialização da vida como forma de combater o niilismo contemporâneo, algo só possível se nos reconciliarmos com o corpo a fim de afirmar sua potência hedônica. Daí sua concepção de que a filosofia é uma arte de viver, e não simples teoria. Nesse projeto ético que celebra a amizade como virtude maior, o pensador hedonista almeja “saber desfrutar lealmente do próprio ser”. |