Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Amorim, Natália Carlos Maia |
Orientador(a): |
Rodrigues, Karla Danielly da Silva Ribeiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/30037
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Resumo: |
O consumo de alimentos ultraprocessados pode levar ao aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, inadequação na ingestão de micronutrientes, entre outros desfechos. Portanto, é importante avaliar esse consumo durante a lactação e seu impacto na composição do leite e estado nutricional materno, pois a alimentação materna deve garantir uma adequada composição nutricional do leite, evitando o estabelecimento de deficiências, como a deficiência de vitamina E (DVE). Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a influência da participação do consumo de alimentos ultraprocessados na ingestão de vitamina E e concentração de vitamina E do leite e soro de mulheres lactantes. O estudo foi de corte transversal com 294 mulheres lactantes atendidas em hospitais universitários do Rio Grande do Norte, Barsil. A coleta de sangue e de leite materno foi realizada por volta de 90 dias pósparto, em jejum, e a concentração de vitamina E (alfa-tocoferol) das amostras foi analisada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). O perfil de vitamina E do leite materno foi avaliado considerando a projeção da quantidade da vitamina encontrada em volume estimado de consumo diário (780 mL/dia) e comparado a recomendação para lactentes (4 mg/dia). O consumo alimentar das mulheres foi obtido por três Recordatórios de 24 horas (com intervalo de 30 dias) e os alimentos foram classificados segundo a NOVA em in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, processados e ultraprocessados. Também foi analisado a ingestão de energia, gordura total, saturada, monoinsaturada, polinsaturada e vitamina E. As participantes foram agrupadas segundo os tercis de contribuição energética de alimentos ultraprocessados. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparar os grupos divididos pelos tercis e foi realizado teste de regressão linear múltipla, sem e com ajuste para renda familiar, para avaliar a relação do consumo de alimentos ultraprocessados com os indicadores nutricionais da vitamina. O consumo dos alimentos in natura ou minimamente processados contribuiu com 51% da ingestão energética e os alimentos ultraprocessados com 16%. Todas as mulheres lactantes apresentaram consumo dietético de vitamina E abaixo do recomendado (<16 mg/dia) e quase um terço desse consumo (27%) eram de alimentos ultraprocessados. O alfa-tocoferol no soro materno foi 1144 (344) µg/dL, com 5% (n=11) de DVE (<517 µg/dL), e no leite materno foram encontrados valores médios de 362 (170) µg/dL, sendo 78% abaixo da estimativa de valor diário recomendado para lactentes. A maior participação dos alimentos ultraprocessados na dieta foi associada a menores concentrações de alfa-tocoferol no soro (β=-0,163, p=0,006) e ao perfil inadequado de vitamina E do leite materno (β=-0,144, p=0,014). Os principais achados deste estudo revelaram impacto negativo da maior participação do consumo de alimentos ultraprocessados no perfil de indicadores de vitamina E em mulheres lactantes, alertando para a possível redução dos níveis circulantes maternos da vitamina e do seu fornecimento aos lactentes via leite materno. Assim, reforçamse as atuais diretrizes alimentares para a população lactante, no tocante a se evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, visando a promoção de uma alimentação adequada e saudável e prevenção da DVE nesse período da vida. |