(Trans)passando os muros do preconceito e adentrando a universidade: uma análise das políticas para pessoas trans* dentro das instituições públicas de ensino superior do Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Emilly Mel Fernandes de
Orientador(a): Paiva, Ilana Lemos de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29145
Resumo: Na atualidade, a discussão sobre as questões trans vem recebendo ampla visibilidade em vista a vulnerabilidade social à qual este grupo está submetido. O termo “pessoa trans” seria a forma popular pela qual são conhecidas as pessoas travestis e transexuais e que são tratados/as coletivamente como parte do grupo de transgêneros. As pessoas trans, tem sido ao longo da história, excluídas de diversos espaços, dentre eles, o da educação, sendo a transfobia, que é o ódio e aversão às pessoas trans, o principal vetor que ocasiona essas exclusões. Porém, mesmo diante de um contexto alarmante de vulnerabilidade social, as pessoas trans chegaram ao ensino superior e, isso foi facilitado por uma série de resoluções que garantiam o direito ao nome social e, consequentemente, o respeito também à autoidentificação de gênero na educação em diversos níveis. Essa pesquisa, de natureza qualitativa, ancorada no referencial teórico do Transfeminismo, aliada junto à discussão de diversos autores e autoras trans, dos quais os conceitos de cisgeneridade e transfobia são centrais, procurou compreender como se deu as políticas de acesso e permanência das pessoas trans nas Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) do Rio Grande do Norte (RN), e consequente a isso, quais eram as demandas desse segmento nas IPES. Para realizar esse objetivo a pesquisa foi feita em três etapas: 1) Uma análise documental, para verificar e identificar se existem políticas em IPES de nosso estado que são voltadas à demanda da população trans; 2) Entrevistas semi-estruturadas para identificar, através das falas dos colaboradores de pesquisa, quais são as suas demandas ao chegarem às IPES e 3) Uma triangulação dos dados onde o resultado da análise mais as entrevistas foram triangulados com história da autora da pesquisa. Participaram desse estudo 8 pessoas trans das 4 IPES do estado do RN. As análises e interpretações foram inspiradas na Análise de conteúdo de Bardin onde três eixos temáticos foram sistematizados a partir das transcrições das entrevistas. A partir desses três eixos temáticos percebe-se o quanto a presença de pessoas trans no espaço universitário é marcada por fissuras, demandas e (trans)formações. Quanto aos resultados, amparados nos eixos, observamos: a) Que apesar de todos e todas serem trans, há diferenças e semelhanças entre as vivências trans no espaço acadêmico e estas são perpassadas por diversas intersecções; b) Que as pessoas trans apresentam demandas diferenciadas, para além das colocadas pelas IPES, indo de demandas corpóreas até subsídios materiais, sugerindo também a necessidade de cotas; e c) Corpos trans são inventivos, pois são pessoas que agenciam a si mesmos e (trans)eformam o espaço acadêmico em que estão transformando suas lutas em políticas concretas. Por fim, esta pesquisa abre caminhos para pensar e defender as demandas e os corpos trans nas IPES, servindo de subsídio para pensar quais políticas poderiam ser mais eficazes para garantir não só o acesso, mas também a permanência de pessoas trans nesse espaço.