Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Raquel Ribeiro |
Orientador(a): |
Langassner, Silvana Maria Zucolotto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31708
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Resumo: |
Os nematoides gastrintestinais são uma das principais preocupações de produtores no que diz respeito a sanidade de pequenos de ruminantes. A ocorrência da resistência anti-helmíntica, em função do uso indiscriminado de medicamentos anti-helmínticos, tem favorecido investigações sobre o uso de tratamentos alternativos. A Calotropis procera pertence à família Apocynaceae, popularmente conhecida como “bombardeira”, “flor de seda”, “algodoeiro de seda” e “rosa cera”, nativa da África e Índia, a espécie, apresenta boa adaptabilidade às condições semiáridas do Nordeste brasileiro. Relatos dessa planta por produtores rurais indicam o uso na alimentação animal e no alívio de distúrbios gastrintestinais. Dessa forma, este estudo objetivou avaliar o potencial anti-helmíntico do extrato hidroetanólico das folhas da C. procera por meio de ensaios in vitro e in vivo em nematóides gastrintestinais de ovinos naturalmente infectados. O experimento foi divido nas seguintes etapas: I. Preparo do extrato e estudo fitoquímico; II. Avaliação da atividade anti-helmíntica in vitro; III. Avaliação da Citotoxicidade e Toxicidade oral aguda e IV. Ensaio Clínico. O extrato que apresentou melhor perfil fitoquímico e rendimento foi o extrato em etanol 70% preparado na proporção 1g/20ml (planta/solvente), por meio da triagem fitoquímica foi observada a presença de metabólitos secundários pertencentes aos grupos dos flavonoides, saponinas, alcaloides e fenois. Ainda, a análise por Cromatografia em Camada Delgada, sugeriu a presença de rutina e canferol. Na análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Aclopada a Espectofotômetro de Massas Ion – Trap foi possível identificar 21 compostos fenólicos. Em relação ao estudo in vitro para avaliação da atividade anti-helmíntica, o extrato de C. procera apresentou um percentual de inibição da eclodibilidade de ovos superior a 90% na concentração de 24 mg/ml e de 100 % nas concentrações superiores a 36 mg/ml após 48 h de incubação. No teste do desenvolvimento larval, mais de 90% das larvas permaneceram em estádio rabditóide em concentrações superiores a 6 mg/ml do extrato de C. procera. A avaliação da citotoxicidade pelo ensaio de MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil tetrazolium]) mostrou que as concentrações de 1 a 1.000 µg/ml do extrato não apresentaram citotoxicidade quando comparadas ao controle negativo. O teste de toxicidade oral aguda em ratos, não apresentou mortalidade nas doses de 1.000 mg/Kg e 2.000 mg/Kg, via oral, assim como, não foram observadas alterações significativas nos parâmetros hematológicos e bioquímicos nos grupos tratados. Os resultados apresentados no ensaio clínico com ovinos demonstraram uma redução significativa (76%) pós-tratamento, no 14º dia na contagem de ovos por grama de fezes, quando administrada a dose oral única de 500 mg/Kg. Não foram observadas alterações hematológicas e bioquímicas que evidenciem toxicidade hepática e renal nos animais tratados com o extrato de C. procera. Pode-se concluir que esse estudo forneceu evidências da atividade anti-helmíntica do extrato das folhas da C. procera em nematóides gastrintestinais de ovinos naturalmente infectados. Embora o extrato da C. procera possa não ter um efeito anti-helmíntico altamente eficaz (>90%), o efeito redutor observado nesse estudo pode ser de grande valor em programas de controle integrado de parasitos. |