Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Estevam Dedalus Pereira de Aguiar |
Orientador(a): |
Lopes Júnior, Orivaldo Pimentel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25619
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Resumo: |
Este trabalho analisa as sociabilidades no Fórum Virtual Ex-Testemunhas de Jeová. Uma comunidade afetiva criada em 2008 para combater a discriminação contra ex-membros da religião. Trata-se de um espaço de trocas de experiências, organização política e apoio emocional. O foco da pesquisa é compreender a relação entre desassociação, trauma coletivo e estigma. A desassociação é um processo de produção social da indiferença moral que opera por meio de demonstrações de desprezo, escárnio, tabu do contato, asco e humilhações públicas. Com a expulsão da religião, os agora desassociados passam a ter o caráter, a dignidade e a própria humanidade contestados. Para compreendermos melhor esse processo, discutimos aspectos importantes da história do desenvolvimento da religião, suas relações com o fundamentalismo e a modernidade, com destaque para a doutrina da demonização da autonomia individual vista como resposta a um mundo plural, marcado por incertezas e contínuas transformações. O trabalho se ocupa, sobretudo, de destrinchar o funcionamento de uma economia das punições que englobaria uma ordem simbólica legitimadora, mecanismos de controle interno (culpa e vergonha) e externo (tribunal judicativo, regras de etiqueta, etc.). O argumento é o de que a eficácia dos sistemas de controle depende de um enlace entre programas institucionais e a ação. A consolidação da ordem moral religiosa seria o resultado de rituais e práticas sociais hierarquicamente rotinizadas, mas passíveis de serem negociadas pelos sujeitos. Uma gramática moral e determinada competência afetiva garantiriam que a ordem social não se torne anômica. A pesquisa indica que a comunidade afetiva possibilita a elaboração de uma autoimagem mais positiva dos desassociados, com base em novos enquadramentos morais, emocionais e cognitivos. Eles passariam a desempenhar um papel mais ativo em relação às próprias emoções e noções de moralidade, que acabam por adquirir uma importante dimensão política. |