Empoderamento do paciente na redução de eventos adversos em um hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alves, Valdelanda de Paula
Orientador(a): Brazorotto, Joseli Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E INOVAÇÃO EM SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32440
Resumo: Introdução: Eventos Adversos (EA) são qualquer ocorrência desfavorável ao paciente e que não tem necessariamente relação causal com o tratamento, sendo considerado um marcador da qualidade de atendimento prestado pela equipe de saúde. Observa-se a necessidade de esclarecer as evidências sobre o efeito da educação do paciente na redução dos eventos adversos, bem como a realização de estudos nacionais a este respeito. O diagnóstico situacional no HUGV/AM, no período entre 2015 a 2018, contabilizou um total de 749 eventos adversos, deste um óbito, denominado Never Events, um evento que não era para acontecer (VIGIHOSP, 2016), o que levou à proposição desta pesquisa. Objetivos: a) identificar, por meio de revisão sistemática da literatura, se o empoderamento do paciente reduz os eventos adversos durante a hospitalização; b) conhecer a percepção dos profissionais do HUGV/AM sobre o empoderamento do paciente na prevenção de eventos adversos; c) analisar o efeito de uma intervenção com tecnologia leve na rotina da equipe na redução de eventos adversos; d) produzir um roteiro de vídeo educativo que deverá ser veiculado via Ambiente Virtual de Aprendizagem do Sistema Único de Saúde - AVASUS. Método: pesquisa de método misto composta por: a) Estudo 1 - estudo de revisão sistemática da literatura para o qual foi utilizado o protocolo específico com base no checklist PRISMA-P. As estratégias de busca foram aplicadas nos bancos de dados (Cochrane, Lilacs, PubMed, Scopus e Web of Science) e na literatura cinzenta (Google acadêmico, Open Gray e ProQuest Dissertations and Thesis). O risco de viés foi avaliado por meio das ferramentas ROBBINS-I (estudos não randomizados) e RoBS 2 (estudos randomizados) e foi realizada a metaanálise dos dados. b) Estudo 2 – pesquisa aplicada do tipo estudo de caso, transversal, exploratória-analítica; c) Estudo 3 - pesquisa aplicada, de estudo de caso com intervenção por meio de tecnologia leve, que contou com a inserção de 3 perguntas sobre o empoderamento do paciente frente aos eventos adversos no formulário da rotina dos profissionais. Participaram dos estudos 2 e 3 os profissionais que atuaram na assistência de pacientes adultos internados na clínica médica do HUGV/AM. d) Estudo 4 - pesquisa metodológica para o desenvolvimento de roteiro do vídeo. Foram realizadas análises quantitativas descritivas e inferenciais e qualitativas dos dados obtidos nos estudos. Resultados: a) Estudo 1 - aplicados os critérios de inclusão/exclusão 4 artigos que abordavam o EA “Quedas” restaram para análise final na revisão sistemática, que demonstrou que a educação ao paciente possui evidência científica para seu emprego na redução destes eventos adversos; b) Estudo 2 – os profissionais do HUGV/AM referiram que o empoderamento do paciente é importante para a prevenção de eventos adversos, no entanto há que se trabalhar com a equipe o melhor conhecimento dos protocolos de segurança do paciente, bem como sensibilizá-los para o cuidado centrado na pessoa; c) Estudo 3 - analisados os dados pré e pós intervenção no formulário da rotina dos profissionais, houve diferença estatisticamente significativa na redução dos eventos adversos de identificação do paciente e de quedas, mas não nos eventos de lesão de pele e administração de medicamentos; d) Estudo 4 - após a revisão do roteiro, o mesmo encontra-se apto e será utilizado para a produção de material educativo via AVASUS. Conclusão: O empoderamento do paciente e de seu acompanhante reduz os efeitos adversos durante a internação e a proposição de intervenções com tecnologia leve, como a inserção das perguntas no formulário de segurança do paciente e o vídeo educativo representam uma possibilidade de baixo custo para a minimização de eventos adversos no HUGV/AM, que pode ter escalabilidade para outros hospitais. Como desfecho síntese do estudo fica claro para que as mudanças ocorram em relação aos eventos adversos dentro dos hospitais, se faz necessários uma reabordagem com todas as categorias profissionais, enfatizando sobre o papel de cada um para com a segurança do paciente, difundindo os protocolos instituídos, o básico, e atuar de forma a considerar sobre a importância do paciente pela segurança do paciente, atuando como parceiros em seus cuidados, atuando como possíveis barreiras para evitar os eventos adversos.