Efeitos de peixes onívoros planctívoros e bentívoros em lagos tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Pablo Lúcio Rubim Costa dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26951
Resumo: Os peixes planctívoros e bentívoros podem promover o aumento da biomassa fitoplanctônica e da turbidez via supressão do zooplâncton, ressuspensão do sedimento e reciclagem ou translocação dos nutrientes. Esses efeitos são reconhecidos e estudados em lagos rasos de ambientes temperados desde a década de 1960, e levaram ao desenvolvimento de técnicas de restauração baseadas na manipulação da ictiofauna denominadas biomanipulação. Tais técnicas têm sido aplicadas em lagos temperados com relativo sucesso. Entretanto, o uso da biomanipulação em lagos tropicais e subtropicais levanta questionamentos. As comunidades de peixes nesses ambientes apresentam algumas particularidades como, por exemplo, o maior grau de onivoria. Para avaliar como peixes onívoros afetam as comunidades aquáticas e a qualidade da água em sistemas tropicais e possíveis implicações para a biomanipulação, foram realizados experimentos em escala de mesocosmos com duas espécies onívoras: A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus Linnaeus 1758), uma espécie exótica que se alimenta basicamente de organismos do fitoplâncton e do zooplâncton, e a curimatã (Prochilodus brevis Steindachner 1875), uma espécie nativa que se alimenta de algas, detritos e microinvertebrados bentônicos. Os resultados sugerem que as duas espécies podem contribuir para o aumento da turbidez da água e aumento da produção fitoplanctônica. Entretanto, fazem isso através dos mecanismos distintos: os efeitos da tilápia decorrem principalmente de cascata trófica e reciclagem de nutrientes enquanto os efeitos da curimatã são mediados por sua interação com o sedimento. Os experimentos apontam ainda ausência de interação sinérgica entre os efeitos das duas espécies sobre as comunidades planctônicas e transparência da água. Embora existam evidências de que a tilápia possa afetar negativamente a curimatã, este efeito não foi observado nos experimentos. Os resultados aqui apresentados sugerem que a redução das densidades de peixes planctívoros e bentívoros com objetivo de melhoria da qualidade de água pode ser uma estratégia viável também em lagos tropicais.