Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Renato Ferreira de |
Orientador(a): |
Kneipp, Valquiria Aparecida Passos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA MÍDIA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57413
|
Resumo: |
Carências pessoais (materiais e afetivas) são expostas diuturnamente na televisão brasileira em espetáculos interesseiros política e empresarialmente, uma violência simbólica com traços de abuso de poder travestidos de ação social. É nesse ambiente midiático que se enquadra esta pesquisa, que tem como objeto o assistencialismo praticado pelo apresentador Luciano Huck e, como ponto de partida, o seguinte problema: de que forma essa estratégia televisiva estabelece relações materiais e afetivas com o público. O objetivo é identificar e analisar as características do discurso do apresentador, que entre outras categorias propomos denominar assistencialismo neokitsch, como um retrofit do coronelismo. Entendemos que o estudo pode contribuir para o campo das pesquisas em comunicação ao propor, além de uma categorização estética do assistencialismo, a discussão de conceitos como o cabresto eletrônico: um elo afetivo com conexões políticas estabelecido com o público a partir da resolução de problemas de ordem emocional e material, tal como fazia o coronel, personagem histórico de um período que Vilaça e Albuquerque (1978) chamam de “feudalismo matuto”. Além disso, consideramos a importância de analisar essa estratégia dentro do espectro dos estudos sobre discursos da mídia. Adotamos ferramental metodológico adaptado, que inclui análises televisual, de discurso (escola francesa) e análise crítica de discurso. Sobre o coronelismo, o referencial teórico tem base em Leal (2012), Vilaça e Albuquerque (1978) e Vilela (2008). Sobre assistencialismo, adotamos como referência Alayón (1995), Mota (2010) e Sitcovsky (2009). Tomamos como referência, ainda, o conceito de dominação carismática de Weber (2004), além de reflexões sobre programas populares na TV, de França (2006) e Araújo (2006). Sobre o viés político, referência em Gomes (2004) e Aldé (2004). No exercício de ações assistencialistas, Luciano Huck tem dificuldades no diálogo com pessoas mais pobres e com isso reverbera preconceitos próprios de um discurso conservador (com ares de modernismo) e elitista. Com base nesse panorama, sustentamos que esse discurso do coronelismo em versão retrofit se apresenta como um projeto de cabresto eletrônico com base na solidariedade. Paradoxalmente, separa os dois lados da questão, pois pouco ou nada contribui para a resolução dos problemas do assistido, do ponto de vista estrutural. |