Avaliação dos efeitos da retirada do álcool a curto e longo prazo sobre comportamentos relacionados à ansiedade e marcação de células serotoninérgicas no núcleo dorsal da rafe de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tavares, Juliete
Orientador(a): Rachetti, Vanessa de Paula Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25694
Resumo: O uso abusivo de álcool é classificado como um transtorno induzido por uso desta substância, capaz de produzir intoxicação, abstinência e ansiedade, sendo esta, um fator que favorece a recaída. Diversos estudos demonstraram o envolvimento do sistema serotonérgico como modulador de comportamentos relativos à ansiedade, assim como pode modular o sistema de recompensa e dependência do álcool. Dentre as áreas encefálicas envolvidadas no desenvolvimento de dependência, pode-se citar o Núcleo Dorsal da Rafe (NDR) e suas porções, de onde parte a maioria dos neurônios que liberam 5-HT em várias áreas encefálicas. Com isso, o objetivo deste estudo foi investigar se o álcool alteraria a marcação de células serotoninérgicas nas porções dorsal (DRD) e ventral (DRV) do NDR, em animais submetidos a retirada a curto (3 dias) e longo prazo (21 dias), bem com seu consumo contínuo e correlacionar a marcação das células com estados comportamentais relacionados a ansiedade gerados pela retirada do álcool. Para isso, foram realizados dois experimentos independentes: no experimento 01 (etapa comportamental), ratos Wistar machos, foram divididos em 3 grupos experimentais, sendo grupo controle (água), grupo retirada 3 dias e grupo retirada 21 dias e receberam tratamento crônico com álcool por 21 dias e, após a retirada de 3 dias e retirada de 21 dias, foram submetidos ao labirinto em cruz elevado (LCE). Vinte e quatro horas depois, foram submetidos ao campo aberto (CA) onde foram avaliados comportamentos relacionados a ansiedade por 5 minutos. No experimento 02 (análise imuno-histoquímica) os grupos mencionados anteriormente foram acrescidos do grupo que recebeu álcool contínuo por 21 dias, sem retirada e seguiram o mesmo esquema de tratamento e retirada. Então, realizou-se a perfusão e posteriormente a imuno-histoquímica nas porções DRD e DRV do NDR. Os pesos e consumo de ração e água/álcool foram acompanhados ao longo do período experimental, para ambos os experimentos. No experimento 1 observou-se que a retirada do álcool por 3 ou 21 dias não alteraram os parâmetros convencionais e etológicos relacionados a ansiedade no LCE e CA, bem como não alterou a locomoção no LCE. No experimento 2, foi observado que a retirada do álcool por 3 ou 21 dias e consumo continuo, não alteram de forma significava a imunomarcação de células serotoninérgicas em ambas as porções observadas. Porém, observou-se um aumento significativo da densidade de células serotoninérgicas para o grupo retirada 3 dias. Este estudo demonstrou que a neurotransmissão serotoninérgica pode ser afetada pela retirada do álcool, todavia essa alteração não foi associada ao comportamento relacionados a ansiedade.