Fatores associados à capacidade funcional em pessoas idosas no contexto brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, André Luiz Barbosa de
Orientador(a): Lima, Kenio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22731
Resumo: As limitações de atividades são dificuldades que um indivíduo pode apresentar ao realizar determinadas tarefas da vida cotidiana e determina parte do estado de incapacidade do indivíduo. No Brasil, a prevalência de limitações de atividades chega a 32% da população de pessoas idosas. Conhecer as prevalências de limitações de atividades em termos de capacidade funcional da pessoa idosa e analisar as associações entre capacidade funcional e as características sociodemográficas e econômicas dos indivíduos, bem como as características ecológicas de desigualdade social de gênero e socioeconômicas no âmbito das Unidades Federativas Brasileiras são peças fundamentais para a estruturação das ações de assistência e vigilância em saúde. Portanto, o objetivo do presente estudo foi criar um índice de capacidade funcional e, desta forma, poder estimar a magnitude das diferenças de gênero na capacidade funcional entre as pessoas idosas e examinar se estas diferenças poderiam estar associadas a fatores contextuais socioeconômicos e de desigualdade social de gênero em nível das Unidades Federativas. Trata-se de um estudo transversal e ecológico de base populacional que incluiu os residentes com 60 ou mais anos de idade participantes da Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida em 2013, no Brasil. O índice de capacidade funcional foi construído e validado a partir de um modelo de crédito parcial generalizado de teoria de resposta ao item, atendidos os pressupostos de dimensionalidade do espaço latente e independência local estocástica. Foram estimadas as diferenças de gênero na capacidade funcional em cada Unidade Federativa. Para determinar se as variáveis contextuais socioeconômicas e de desigualdade social de gênero foram associadas com as diferenças de gênero na capacidade funcional, foram ajustados modelos de regressão linear multinível com efeitos de interação de nível cruzado, controlados por variáveis em nível individual e contextual, produzindo os coeficientes e respectivos intervalos de confiança de 95%. Para o Brasil, os resultados indicaram que 17% dos idosos apresentaram alguma limitação em atividades básicas da vida diária e 29% nas atividades instrumentais da vida diária. As mulheres apresentaram desvantagens em capacidade funcional maiores que os homens e encontrou-se no grupo de idosos octogenários uma prevalência de 70% nas limitações de atividades. Os menores índices de capacidade funcional foram encontrados entre os idosos com idade mais avançada, principalmente o grupo dos octogenários e analfabetos. Observou-se que as Regiões Norte e Nordeste apresentaram maiores desvantagens na capacidade funcional, principalmente entre as mulheres. O Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas detiveram as piores condições de capacidade funcional entre os idosos. Além disso, em Alagoas, Maranhão e Pernambuco as magnitudes das diferenças de gênero, em desfavor das mulheres, foram maiores. Com base nos resultados encontrados, a hipótese deste estudo foi confirmada ao demonstrar que as Unidades Federativas Brasileiras com maiores diferenças de gênero em capacidade funcional foram aquelas com as maiores desigualdades sociais de gênero, sendo amplamente influenciadas pelas maiores desigualdades de renda.