Operação de reservatórios no contexto de transferência de água entre bacias hidrográficas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Câmara, Maiara de Lemos
Orientador(a): Medeiros, Joana Darc Freire de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49251
Resumo: As demandas por água têm aumentado substancialmente nas últimas décadas devido ao processo de desenvolvimento econômico e, quando alinhado à heterogeneidade espacial e temporal da ocorrência de chuvas, observa-se um aumento do risco de escassez hídrica em diversas regiões. Uma solução tradicionalmente utilizada em regiões semiáridas tem sido a construção de reservatórios, no entanto, em algumas situações o aumento das demandas excede a capacidade de regularização dos reservatórios e a transferência de água entre bacias hidrográficas se apresenta como uma das soluções possíveis. Os projetos de transferências de água entre bacias são frequentemente caros e necessitam de grandes infraestruturas, sendo necessário, portanto, maximizar os seus benefícios e reduzir seus custos. Nesse contexto, o objetivo geral deste estudo é a definição de critérios técnicos para operação de reservatórios de água no contexto de transferência de água entre bacias hidrográficas, tendo como área de estudo o reservatório Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves (ARG) no estado do Rio Grande do Norte, um dos açudes receptores das águas do Projeto de Integração do Rio são Francisco (PISF). Para isso, tem-se dois objetivos específicos: (i) avaliar qual a demanda futura que o reservatório é capaz de atender com as garantias desejadas, considerando a vazão transposta constante; (ii) analisar quando e quanto transferir de vazão do PISF de forma a minimizar os déficits de atendimento as demandas e o volume transferido. Para atingir os objetivos foi analisado um cenário de diagnóstico, considerando a vazão constante do PISF, e outros dois cenários de operação, com a otimização da vazão transferida com base no estado hidrológico do reservatório no mês de agosto, sendo o primeiro transferindo a água no ano todo e o outro apenas no período chuvoso (janeiro a junho). Os resultados demonstram que com uma transferência constante e permanente da vazão exógena do PISF, a vazão regularizada do ARG deve aumentar proporcionalmente ao volume transferido, e o aumento da disponibilidade hídrica resulta em uma maior eficiência do uso da água do reservatório, reduzindo o percentual de perdas com vertimento e evaporação. Verificou-se ainda que otimizar a transferência entre bacias com base no estado hidrológico do reservatório, reduz o volume total de vazão exógena a ser transferida, atendendo a mesma demanda, diminuindo assim os custos de transferência que o Estado teria. E quando se comparou a transferência de água entre bacias no ano todo ou apenas no período chuvoso, os resultados foram semelhantes de forma que outros fatores devem ser utilizados para auxiliar na tomada de decisão de quando transferir.