Intervenção na consciência fonológica e vocabulário expressivo em crianças de baixa renda em fase de alfabetização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lemos, Flávia Ferreira
Orientador(a): Azoni, Cintia Alves Salgado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33125
Resumo: A proficiência de leitura dos estudantes brasileiros é considerada insuficiente e crianças de níveis socioeconômicos mais baixos são mais propensas a apresentarem dificuldades na aprendizagem da leitura. Programas de intervenção na escola tem trazido resultados benéficos para o sucesso na leitura. Objetivo: Verificar a efetividade da intervenção em consciência fonológica e vocabulário expressivo em crianças com baixa renda no início da alfabetização. Método: estudo intervencional, longitudinal, retrospectivo e documental, realizado por meio da coleta de um banco de dados de avaliações de crianças do 1° ano do Ensino Fundamental I de três Escolas Municipais da Cidade de Natal/RN. Participaram 127 crianças com idades entre 6 e 7 anos, de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos: grupo intervenção (GI): 40 escolares submetidos a um programa de intervenção em consciência fonológica e vocabulário expressivo e, grupo controle (GC): 87 por crianças não expostas ao programa, mas que foram expostas ao processo de alfabetização no contexto escolar no mesmo período. Para as avaliações comparativas de pré e pós intervenção foram analisadas as habilidades de consciência fonológica, nomeação automática rápida, memória operacional fonológica, identificação de letras e vocabulário expressivo. As intervenções ocorreram durante 15 encontros, aplicadas pelo pesquisador juntamente com o professor em sala de aula, 3 vezes por semana durante 5 semanas, com duração de 60 minutos, no horário da aula. As atividades eram lúdicas e multissensoriais, seguiam sequência hierárquica das habilidades silábicas e fonêmicas, bem como vocábulos seguidos por livros infantis selecionados pela equipe de pesquisadores e escola. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, testes não paramétricos: teste Mann-Whitney, para comparação intergrupos, e Wilcoxon, para comparação intragrupo, com valor significativo de p<0,05 e intervalos com 95% de confiança estatística. Resultados: No GI houve melhora de desempenho estatisticamente significante após a intervenção em consciência fonológica (silábica, fonêmica e total), RAN de dígitos e letras, memória operacional fonológica em dígitos de ordem direta e inversa e identificação de letras. No GC, houve melhora em todas as habilidades do processamento fonológico e de vocabulário expressivo nas categorias semânticas vestuário, alimentos, animais, transportes, locais e brinquedos. Tanto na comparação intra-grupos quanto na comparação entre os mesmos, foi possível observar a eficácia do programa de intervenção focado nessas habilidades, no qual proporcionou ganhos tanto para as habilidades estimuladas como para as demais do processamento fonológico (como RAN, memória operacional fonológica) e identificação de letras que não foram trabalhadas no processo interventivo. Conclusão: O estudo demonstrou a eficácia de um programa de intervenção em consciência fonológica e vocabulário expressivo desenvolvido no ambiente escolar e como esse estimulo pode impactar positivamente a aprendizagem de escolares, principalmente de níveis socioeconômicos mais baixos, nas práticas acadêmicas dos professores. Assim, possibilita o planejamento e formulação de políticas públicas que possam contribuir com o processo de aprendizagem, além da importância da inserção do fonoaudiólogo no ambiente escolar.