Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Jacinthia Beatriz Xavier dos |
Orientador(a): |
Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54556
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Resumo: |
O ofidismo é um relevante problema de saúde pública, incluso pela Organização Mundial de Saúde na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas. O gênero de maior relevância clínica é o Bothrops. Eventos como edema local, miotoxicidade, hemorragia e dermonecrose caracterizam os acidentes e podem levar a danos severos aos pacientes. A baixa eficácia da soroterapia antiveneno frente a estes eventos instiga a busca por terapias complementares. Plantas medicinais são utilizadas há anos na medicina tradicional em acidentes ofídicos. A espécie vegetal Ipomoea pes-caprae (Ipc), conhecida como “salsa-dapraia”, é usada na medicina tradicional no tratamento de inflamações, dores e picadas de serpentes. Dessa forma, este estudo focou no desenvolvimento e avaliação de um gel tópico contendo extrato da Ipc quanto ao seu potencial antiofídico. O extrato hidroetanólico de Ipc foi obtido por maceração. Através de Cromatografia em Camada Delgada e análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, identificou-se a presença majoritária de compostos fenólicos no extrato. Através do fracionamento do extrato por XAD-4, obteve-se a fração enriquecida (FrEtOH), concentrando os compostos fenólicos presentes no extrato de Ipc. O extrato Ipc e FrEtOH não apresentaram citotoxicidade in vitro significativa frente às células de macrófagos murinos (RAW 267.3) e de fibroblastos embrionários de camundongo (NIH/3T3). As atividades enzimáticas in vitro frente a toxinas da peçonha de Bothrops erythromelas (Ber) (fosfolipásica, proteolitica e hialuronidase) foram inibidas de maneira semelhante pelo extrato bruto e a fração de Ipc. O extrato e a FrEtOH nas concentrações de 5% e 1%, respectivamente, foram incorporados a um gel de Poloxamer e HPMC previamente desenvolvido pelo grupo de pesquisa. Após 180 dias do estudo da estabilidade, as formulações com o extrato apresentaram-se estáveis quanto às propriedades organolépticas e físico-químicas, assim como o teor de fenólicos variando menos de 10%, o que se encontra dentro das especificações de acordo com a legislação brasileira. As atividades in vivo frente os efeitos locais produzidos pela peçonha de Ber (edematogênica, hemorrágica e dermonecrose) foram reduzidas pelo tratamento com o gel Ipc, assim como foi visualizado um melhor efeito quando utilizou o gel Ipc associado ao soro antiofídico. O tratamento com o gel FrEtOH inibiu a atividade edematogênica. As inibições observadas foram promissoras, apresentando uma ação direta do extrato inibindo toxinas da peçonha quanto indireta através da inibição de mediadores endógenos envolvidos no envenenamento. Além disso, é possível propor a participação ativa na ação farmacológica dos compostos presentes no extrato, com destaque para os fenólicos que atuam fortemente como antiinflamatórios, antioxidantes e quelante de metais. Em conclusão, os resultados obtidos apontam o potencial antiofídico do extrato de Ipc, o que pode justificar seu uso medicinal em picadas de serpente, como também contribuir na sua utilização como matéria-prima no desenvolvimento de novos produtos fitoterápicos no mercado para o tratamento dos efeitos locais do envenenamento botrópico. |