Mineralogia de amígdalas de basaltos toleíticos mesozoicos do extremo Norte da Província Borborema, NE do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Lidyane Mayara Lima de
Orientador(a): Vilalva, Frederico Castro Jobim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31689
Resumo: Rochas vulcânicas, em especial basálticas, comumente apresentam vesículas geradas pelo escape (expansão) de gases durante o processo de resfriamento. Estas vesículas podem ser preenchidas (tornando-se amígdalas) por diferentes assembleias minerais por meio da circulação de fluidos hidrotermais ou meteóricos. A identificação e caracterização destas assembleias secundárias, bem como dos seus processos e condições de formação pode trazer inferências importantes sobre a história subsolidus das rochas vulcânicas, tais como a evolução e fatores composicionais e físico-químicos dos fluidos envolvidos, balanço químico e processos mineralizantes. A porção setentrional da Província Borborema foi, durante o Mesozoico, palco de importante vulcanismo continental toleítico relacionados à quebra de Gondwana e abertura do Atlântico Equatorial. Esse magmatismo manifesta-se principalmente como o enxame de diques Rio Ceará-Mirim (CMD) e os derrames Serra do Cuó (SCB), cujos basaltos e diabásios mostram-se frequentemente vesiculares e amigdaloidais. A caracterização detalhada da mineralogia secundária/hidrotermal nessas rochas é assunto ainda pouco explorado, de forma que este trabalho visa preencher esta lacuna com um estudo mineralógico sistemático das amígdalas de amostras selecionadas do CMD e SCB, com base na integração de dados petrográficos, de difração de raios X (DRX), termogravimétricos (TGA/DTA) e de química mineral (EDS). Os resultados mostram que as amígdalas no CMD são predominantemente monominerálicas, preenchidas com laumontita e, localmente, quartzo ou calcita. A laumontita foi provavelmente formada sob temperaturas de ~125oC, após um evento hidrotermal de maior temperatura (até ~300oC) que alterou a mineralogia primária para filossilicatos máficos. Nas amígdalas do SCB o preenchimento é poliminerálico e inclui a formação inicial sob baixas temperaturas (~150oC) de nontronita/saponita junto às paredes das cavidades, seguida pela precipitação de natrolita e/ou Na-Ca phillipsita, refletindo mudanças composicionais e de temperatura (até ~250oC) dos fluidos meteóricos dos quais essas fases se precipitaram. Um estágio mais tardio de baixa temperatura é marcado pela substituição de zeólitas por argilominerais. Infere-se que os componentes químicos necessários para a formação dessas assembleias minerais resultam da desestabilização e alteração do vidro vulcânico intersticial, dos minerais máficos e plagioclásio primários causados pela percolação de fluidos meteóricos nas rochas ainda em resfriamento. A variabilidade mineralógica observada nas amígdalas do CMD e SCB aponta para composições contrastantes desses fluidos que, em última instância, refletem as diferenças composicionais (químicas e mineralógicas) entre os dois vulcanismos, bem como contribuições externas.