"É assobio de Matinta", é presságio de visagem: notas sobre memórias e mitos em um estudo etnográfico no bairro do Guamá - Belém/PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinho, Rudá Silva de
Orientador(a): Miller, Francisca de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28156
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo a análise do imaginário diante do sobrenatural, principalmente com o mito da Matinta Perera, a partir de crenças e memórias de moradores do bairro do Guamá, em Belém do Pará, utilizando um exame das percepções desses moradores sobre o espaço em que vivem, a partir de suas memórias e experiências. Para tanto, é importante percorrer os processos de urbanização e estrutura nesse bairro, para melhor entendimento do espaço paisagístico e suas transformações. Torna-se necessário também, a argumentação sobre processos migratórios do interior do estado do Pará e de outros estados, para a cidade de Belém, a fim de inserir a discussão um debate sobre a interface entre o rural e o urbano no contexto amazônico, construindo uma análise da ideia de espaços ressignificados; e a articulação dos elementos da fauna e flora local nos mitos sobrenaturais, para o debate relacional entre paisagem, memória, sujeitos e espaço. Para isso, utilizo-me do método etnográfico, com visitas às duas associações de moradores do bairro do Guamá, AMI (Associação da Melhor Idade dos Moradores do Guamá) e ECNB (Espaço Cultural Nossa Biblioteca). Para as conversas com os participantes dessas associações, optei pela realização de entrevistas abertas e semi-abertas. A pesquisa em campo foi realizada durante os meses de janeiro e fevereiro de 2018, com retorno em outubro do mesmo ano. Como principal consideração a partir do fim desta pesquisa, há a compreensão de que as lendas presentes no imaginário popular de parte da população foi, em grande medida, influenciada e influenciadora da formação dos espaços experienciados por essa população. Este mesmo imaginário transformou-se ao longo dos anos por meio de novas informações e experiências, bem como de novos conhecimentos e desenvolvimentos de crenças religiosas e que a mesma cidade que outrora foi palco para aparições de seres encantados e visagens no espaço público, muito por causa de sua intensa urbanização, deixa de apresentar tais personagens que parecem “voltar” aos seus pontos de origem: pequenos municípios do interior do estado.