Relativa livre introduzida por quem: uma interpretação funcionalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Braga, Aline Priscilla de Albuquerque
Orientador(a): Bispo, Edvaldo Balduino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25482
Resumo: Neste trabalho, investigo a oração relativa livre introduzida por quem – a exemplo de “eu conheço quem comprou os ingressos” – no Português Brasileiro (PB) escrito. Objetivo examiná-la com vistas a identificar aspectos formais e funcionais implicados em sua constituição e em seu uso. Em adição, proponho verificar de que modo esse padrão oracional pode situar-se categorialmente, com base em suas propriedades formais e funcionais. O banco de dados desta pesquisa compõe-se de textos extraídos do conjunto de corpora do projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB), mais precisamente anúncios de jornais e cartas particulares que circularam no Brasil ao longo do século XIX. Em relação à fundamentação teórica, apoio-me no arcabouço da Linguística Funcional Centrada no Uso, conforme caracterizada em Furtado da Cunha, Bispo e Silva (2013). Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma investigação qualitativa, com suporte quantitativo e caracteriza-se como uma pesquisa descritivoexplicativa. Os resultados apontam que, quanto aos aspectos formais, essa estrutura atua tanto no escopo do Sintagma Verbal quanto no do Sintagma Nominal. Além disso, nesse tipo de oração relativa, o quem perde uma das propriedades de pronome relativo, a de retomar um termo antecedente. Em relação às propriedades funcionais, o quem (acrescido dos outros elementos componentes dessa oração) exibe traços semânticos assim especificados: [+ANIMADO], [+HUMANO], [+-DEFINIDO/GENÉRICO] e, ao uso dessa estrutura, subjazem questões de natureza sociointeracional. Por fim, a análise dos dados indica que, categorialmente, essa estrutura pode estar situada em um continuum entre orações substantivas e orações relativas restritivas com antecedente.