As performatividades de paquera masculina: entre o Facebook e as festas eletrônicas sobralenses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sampaio, Fabricio de Sousa
Orientador(a): Bento, Berenice Alves de Melo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23507
Resumo: A paquera é um ato seletivo, calculista e erotizado. É uma busca caracterizada por determinados rituais inter-relacionados com as intencionalidades dos sujeitos, os eixos de classificação e diferenciação dos corpos em níveis de desejabilidade e/ou paquerabilidade, a heteronormatividade e os códigos sociais de cada contexto cultural em que ela se efetiva. A etnografia híbrida e concomitante realizada sobre a paquera objetivou analisar as performances de paquera entre homens nos contextos “online” do Facebook e “offline” em festas eletrônicas na cidade de Sobral, interior do Ceará, no período de 2013 a 2016. E, a partir daí, interpretar, especificamente, os marcadores sociais da paquera e suas interseccionalidades, além de identificar e compreender os rituais performáticos dos corpos masculinos em situação de paquera durante as festas eletrônicas e no Facebook. Na análise dos sentidos dos rituais performáticos da paquera nesses contextos, a investigação contou com entrevistas abertas de dezesseis participantes das festas eletrônicas e com diálogos e entrevistas com outros doze sujeitos que participaram de interações via “Messenger” do Facebook e através do aplicativo “whatsapp”. O conceito de performance de Richard Schechner (2003, 2010, 2011, 2012) e Erving Goffman (2009, 2010, 2011), assim como a noção de performatividade de Judith Butler (2002, 2006, 2010, 2011), interseccionaram as reflexões sobre os rituais da paquera que, analiticamente, foram divididas em fase preparatória, desfocada e focada ou multifocada, tomando como referência as teorizações de Goffman. A paquera masculina é um “continuum” ritualístico entre o “online” e o “offline” e se mostrou, durante a investigação social, interseccionada por eixos de diferenciação – sexo, gênero, sexualidade, padrões estéticos, classe social ou performance grupal e geração –, os quais são ressignificados contextualmente através da heteronorma e dos códigos de sociabilidade específicos. Além disso, pensar nas sociabilidades de paquera na ambiência de conectividade ininterrupta da cibercultura é partir da premissa de contextos culturais híbridos e, portanto, a consideração de que a paquera contemporânea se apresenta de forma hibridizada em que os sujeitos transitam entre os polos simétricos de interação “online” e “offline”, reiterando e subvertendo normas e regras sociais que estruturam cada contexto cultural.