O grito do silêncio na obra de Ercília Nogueira Cobra: de mulher demoníaca a feminista pioneira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sousa, Danielle de Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21888
Resumo: Ercília Nogueira Cobra foi uma escritora que causou polêmica no início do século XX com o lançamento de dois livros (Virgindade Anti-Higiênica, preconceitos e convenções hipócritas e Virgindade Inútil, novela de uma revoltada) que traziam, como tema principal, a dupla moral que a sociedade brasileira articulava para homens e para mulheres, separadamente. Seus textos, considerados fora da ordem vigente da época no qual foram lançados, acabariam sendo marginalizados, excluídos e classificados como perigosos devido ao teor de suas reivindicações que advogavam pela emancipação feminina. Ercília também seria classificada como má, demoníaca, pornográfica e subversiva. Presa e torturada fugiu sem deixar rastros, enquanto seus livros eram censurados e tirados fora de circulação. Com o passar dos anos que se seguiram ao lançamento dos seus textos, vemos como a ordem dominante constrói uma bolha de silêncio que os traga, dando a impressão de que nem ela nem seus livros – sequer – tenham existido. Décadas depois, à época da consolidação dos estudos feministas no país, entretanto, Ercília reaparece não mais como mulher má e depravada, mas como uma mulher corajosa que desafiou uma época em que ser mulher e ser escritora era algo duplamente difícil. Nosso trabalho, portanto, busca entender esses dois momentos: os motivos que levaram a construção desse silêncio ao qual os textos ercilianos foram envoltos e como, décadas depois, a figura de Ercília volta como uma das pioneiras mais radicais do Movimento Feminista Brasileiro.