Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Guedes, Deyse Cristina Valença |
Orientador(a): |
Leite, Jader Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51150
|
Resumo: |
O presente trabalho assume como objetivo construir interlocuções junto aos Potiguara Mendonça do Amarelão (João Câmara/RN), visando compreender os itinerários terapêuticos relativos à "saúde mental” que se produzem entre suas moradoras(os). Para tanto, é um estudo qualitativo e exploratório que se ampara nos estudos decoloniais, atentando à necessidade de aproximação aos conhecimentos alvo de invisibilização mediante o colonialismo. Compreendemos saúde mental através do princípio ético-político do “Bem Viver” (Bien Vivir) – sumak kawsay em Kíchwa, suma Qamaña em Aymara – que suscita o humano enquanto parte de uma comunidade ampla em que pessoas não apenas relacionam-se entre si, mas com elementos da natureza, do território, da espiritualidade, em uma relação interdependente. Partindo dessa leitura, uma “saúde mental” indígena se torna possível pela aproximação aos projetos de “bem viver” das pessoas e comunidades. Os itinerários terapêuticos, por sua vez, permitem relacionar dispositivos de cuidado formais e informais que se sucedem nos caminhos dos sujeitos no lidar com a saúde. Utilizamos como instrumentos questionários sociodemográficos, entrevistas semiestruturadas e a elaboração de diários de campo. Participaram do estudo 7 moradores e moradoras do Amarelão (RN) com idade maior que 18 anos e reconhecidos – pela comunidade ou pelos agentes de saúde do território – enquanto pessoas que passam ou passaram por situações que afetam sua saúde mental. Os achados do estudo demonstram uma não inserção da comunidade na SESAI, de modo que a atenção em saúde é estabelecida via SUS. Notamos também uma incorporação de diversos campos de saber nos itinerários dos participantes, que acessaram dispositivos como ESF, hospitais psiquiátricos e CAPS. Ao mesmo tempo, relatam a incorporação de práticas de atuação de curadores da comunidade, bem como a utilização dos chamados "remédios do mato", ligados aos saberes ancestrais do povo Mendonça. As compreensões de “bem viver” produzidas suscitam uma complementaridade, reciprocidade e relacionalidade que engloba vínculos comunitários e relações com a terra tecidas pelos participantes. Longe de uma generalização ao povo Mendonça, apontam possíveis caminhos de bem viveres tecidos dentro do Amarelão. |