Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mendonça, Anna Valeska Procópio de Moura |
Orientador(a): |
Silva, Georgia Sibele Nogueira da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49868
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Resumo: |
Os Cuidados Paliativos (CP) configuram-se como uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias, em seus aspectos físicos, psicossociais e espirituais, na vivência de um processo de adoecimento grave e sofrimento. O psicólogo, integrante dessa equipe de cuidado, mostra-se como profissional necessário ao amparo emocional que essa experiência desperta seja durante o adoecer seja na proximidade da morte. Sabe-se que a temática da morte, presente no contexto dos CP, ainda desencadeia muitos desafios. Nos questionamos: Como se constrói um itinerário na formação para o saber fazer da Psicologia em CP, especialmente no lidar com o processo de morrer? Para alcançar tal indagação, tivemos como objetivo geral do nosso estudo: Compreender o processo de construção do saber fazer do psicólogo que atua nos Cuidados Paliativos em especial diante da terminalidade. Como específicos: (a)Investigar qual a preparação dos psicólogos para a prática do cuidado no processo de terminalidade em Cuidados Paliativos (CP); (b) Conhecer o significado da morte para os psicólogos que atuam em CP; (c) Identificar os sentimentos vivenciado pelos psicólogos no cuidar de pessoas no processo da morte em CP e após a morte; (d) Conhecer quais os recursos/estratégias utilizadas pelos psicólogos para lidarem com as próprias emoções no processo de morte e de um possível enlutamento; (e) Investigar como os psicólogos abordam a espiritualidade/ religiosidade das pessoas que cuidam diante da morte em CP; (f) Identificar dificuldades/desafios/potencialidades para a realização do cuidar diante da morte em CP; (g) Identificar qual o papel atribuído pelos psicólogos no cuidar do processo de morte em CP. Foi realizada uma pesquisa com 12 psicólogos das Regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste que trabalham em CP. As estratégias metodológicas utilizadas foram a entrevista narrativa com cenas projetivas e o diário de campo. A análise e interpretação das narrativas foi amparada pelos princípios hermenêuticos gadamerianos. A tese apresenta um capítulo teórico: “Cuidados Paliativos: a história e uma disponibilidade de cuidar” que trata sobre o desenvolvimento dos CP no mundo, apontando marcos para o cenário brasileiro, bem como seus princípios e filosofia; e a Psicologia nesse campo de atuação. Em seguida tem-se os capítulos que dialogam com as narrativas das colaboradoras e colaborador: “A “preparação” para lidar com a morte em Cuidados Paliativos”: retrata a presença de lacunas na formação quanto a morte, o morrer, e os CP, além da busca por mais conhecimentos; os colaboradores consideram os pacientes enquanto mestres na arte de ensinar e enfatizam a necessária disposição afetiva para cuidar no fim; “Quando o paciente morre: significados e vivências emocionais dos psicólogos nesse cuidar”: os significados pessoais da morte falam da morte enquanto fim, além de significar aprendizados e transformações. As vivências emocionais traduzidas pelas dores do luto, sentimento de impotência, e medos, convivem com o privilégio da gratidão por terem cuidado até o fim; “Recursos e estratégias que amparam a prática dos psicólogos em fim de vida”: A espiritualidade pessoal e o amor pelo ofício surgem como recursos importantes; um tempo para o autocuidado, cuidando da saúde com meditação, música, exercícios, descanso e momentos com a família, assim como a busca de psicoterapias, e os momentos de cuidado em equipe e supervisões também são recursos que amparam; “Cuidar no processo de morte em CP: dificuldades, sustentação e os caminhos para o saber fazer em psicologia”: dificuldade quando não se tem uma equipe exclusiva; lidar com a morte com dor e sofrimento; comunicação com a família. A compreensão do cuidar no fim como um espaço sagrado de atuação sustenta a prática deles diante dos papéis desejados para cuidar na proximidade da morte: saber ouvir; ter respeito a finitude e escolhas do paciente; facilitar despedidas e ressignificações; promover autonomia e dignidade; amenizar sofrimento espiritual e emocional dos pacientes e familiares. Para tal, precisam buscar a espiritualidade e encarar a própria mortalidade. Caminhos possíveis para a construção do saber fazer da Psicologia diante da morte em CP são aqui anunciados. |