Prevalência e fatores associados à alteração vocal em idosos institucionalizados com capacidade cognitiva preservada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pernambuco, Leandro de Araújo
Orientador(a): Lima, Kênio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Voz
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20233
Resumo: No idoso, a alteração vocal (AV) pode interferir negativamente na comunicação, estado emocional e qualidade de vida, condições que correspondem à maior exposição ao adoecimento e isolamento social, com consequente impacto econômico para o sistema de saúde. Supõe-se que os cenários de confinamento, fragilidade e morbidade associados às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) contribuam para que a AV seja especialmente prevalente em idosos institucionalizados, inclusive naqueles sem restrições cognitivas. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência e fatores associados à AV em idosos institucionalizados com capacidade cognitiva preservada. Em virtude da ausência de instrumentos de diagnóstico epidemiológico da AV em idosos, a primeira etapa desse estudo foi dedicada à elaboração e análise das propriedades psicométricas de um questionário curto, de baixo custo e fácil utilização denominado Rastreamento de Alterações Vocais em Idosos (RAVI). Os procedimentos metodológicos dessa etapa seguiram as diretrizes do Standards for Educational and Psychological Testing e contemplaram a obtenção das evidências de validade baseadas no conteúdo do teste, nos processos de resposta, na estrutura interna e nas relações com outras variáveis, além da análise de confiabilidade e dos indicadores de consistência clínica. O resultado do processo de validação mostrou que o escore final do RAVI gera interpretações válidas e confiáveis para o diagnóstico epidemiológico da AV em idosos, o que referendou a utilização do questionário na segunda etapa do estudo, realizada em dez ILPI do município de Natal/RN. Nessa etapa, foram coletadas variáveis socioeconômico-demográficas, de estilo de vida, condições gerais de saúde e caracterização da instituição. Foi realizada incialmente a análise bivariada e como medida de magnitude da associação, calculou-se a razão de prevalência com intervalo de confiança de 95%. As variáveis com valor de p menor que 0,20 foram incluídas no modelo de regressão logística múltipla que seguiu o método de seleção Forward. A razão de chances encontrada no modelo multivariado foi convertida em razão de prevalência e o nível de significância foi de 5%. A amostra foi composta por 117 indivíduos com predomínio do sexo feminino e média de 79,68 (±7,92) anos de idade. A prevalência de AV foi de 39,3% (IC95%: 30,4-48,1%). O modelo multivariado apontou associação estatisticamente significativa entre AV e sintomas depressivos, fumar ou já ter fumado por um ano ou mais e autorreferência de perda auditiva. Conclui-se, portanto, que a AV é uma condição de saúde prevalente em idosos institucionalizados com capacidade cognitiva preservada e está associada a fatores que envolvem aspectos psicossociais, de estilo de vida e incapacidade comunicativa que demandam atenção dos gestores e profissionais envolvidos com ILPI. O investimento em estratégias de incentivo à comunicação e integração social, combate ao tabagismo e minimização dos efeitos da perda auditiva podem estimular o bem estar físico, emocional e mental dos idosos institucionalizados, contribuindo para a manutenção da qualidade vocal e comunicativa satisfatória, inserção social mais plena e melhores condições gerais de saúde.