Colonização e formação urbana: igreja, estado e projetos de colonização agrícola em Pium e Punaú/RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Karina Hatsue Shiiki da
Orientador(a): Teixeira, Rubenilson Brazão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32365
Resumo: Esta dissertação tem como objeto de estudo a ação do Estado e da Igreja Católica na formação e desenvolvimento dos núcleos de colonização agrícola de Pium e Punaú, no Rio Grande do Norte, com o objetivo de investigar a influência dos projetos de colonização implementados pelas instituições mencionadas na formação urbana destes locais. Tais colônias foram fundadas na segunda metade da década de 1950 em um contexto onde o governo do Estado e a Arquidiocese de Natal, visando agir no espaço rural de forma estratégica para amenizar a emergências dos movimentos sociais de luta pela terra no campo, diminuir a influência das Ligas Camponesas radicada na Paraíba e desenvolver e expandir a agricultura comercial, solicitaram a vinda de 23 famílias japonesas para colaborar com novas técnicas de agricultura com 81 famílias brasileiras selecionadas para compor as duas colônias. A pesquisa metodologicamente se baseia predominantemente nas informações coletadas a partir de entrevistas com os ex-colonos e administradores, visto que, hoje, não há mais registros ou documentos oficiais nos arquivos dos órgãos responsáveis pelos projetos de colonização, bem como na rara literatura que aborda a temática. Além das entrevistas, foram feitas visitas guiadas aos locais que permitiram a reconstrução cartográfica dos núcleos iniciais das antigas colônias. A partir disto foi possível fazer uma análise acerca do nível de influência dos projetos na formação urbana e na realidade atual das localidades e uma análise comparativa entre elas. Os resultados da pesquisa demonstraram que não apenas os processos de planejamento, implementação e administração das duas colônias foram diferentes devido às diferentes ações da Igreja Católica e do Estado, como também que o desenvolvimento urbano dos locais ao longo do tempo seguiu caminhos inversos, visto que, como Punaú, situada em Rio do Fogo, foi administrada pela Igreja Católica, recebeu a assistência mais adequada e prosperou, mas estagnou uma vez que deixou de ser colônia para virar distrito do Município de Rio do Fogo. Pium, em Nísia Floresta, abandonada pelo INIC antes de alcançar a emancipação do núcleo, entrou em declínio e teve o uso do solo modificado pelo crescimento da região metropolitana de Natal e das atividades turísticas no litoral oriental, atraindo grandes condomínios residenciais, comércio e serviços, além de equipamentos de lazer e áreas de produção de frutas de proprietários particulares, tanto no rio, como no entorno da lagoa de Pium. Dois casos similares, implementados com apenas três anos de diferença, mas que obtiveram resultados bastante diferentes quanto à produção do espaço urbano, visto a diferença administrativa e a conexão dos territórios com a totalidade.