Orfanato Padre João Maria: práticas e representações de uma instituição socioeducativa no Estado do Rio Grande do Norte (1920 - 1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Jefferson Melo da
Orientador(a): Viveiros, Kilza Fernanda Moreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52305
Resumo: A construção do presente estudo objetiva analisar a instituição do Orfanato Padre João Maria e os princípios norteadores das práticas assistenciais e suas representações culturais para a sociedade dos anos de 1920 a 1930, na cidade do Natal/RN. O Orfanato Padre João Maria foi uma instituição de assistência a infância feminina pobre, fundada a partir do Decreto Nº 118, de 25 de maio de 1920, assinado pelo então Governador Antônio José de Mello e Souza, conforme aponta a mensagem governamental do corrente ano. Nessa perspectiva buscamos analisar o espaço a partir de uma macroestrutura que nos possibilita investigar o Orfanato e suas práticas a partir da observação social, política e religiosa do período estudado, tendo em vista o reverberante discurso civilizatório e higienista (GONDRA, 2004); (GÓIS JÚNIOR, 2014) existente no cotidiano social que buscavam nortear as práticas e representações de uma nova formação de homens e mulheres modernos. Considerando esse contexto, a pergunta norteadora da nossa investigação foi: Quais os princípios norteadores das práticas socioeducativas do Orfanato Padre João Maria e quais as representações dele para a sociedade natalense? A resposta só se fez possível mediante a organização metodológica que consistiu em uma análise documental (ARÓSTEGUI, 2004); (BLOCH, 2001) e análise bibliográfica no campo da historiografia, cujo percurso nos direcionou para a discussão das categorias: práticas (CERTEAU, 2012) e representações (CHARTIER, 2002; BOURDIE, 2008), através delas analisamos as fontes e as narrativas nelas contidas, discutindo conceitos de corpo (FOUCAULT, 1979; 1987), de civilização (ELIAS, 1994; THOMPSON, 1981; 1998), de mulher (PRIORE, 2004; PERROT, 2007), de pobreza (VIVEIROS, 2016) e de assistência (MARCÍLIO, 2008; RIZZINI; RIZZINI, 2004). Dentre as fontes documentais possíveis de investigação, esta pesquisa se respalda a partir das mensagens governamentais dos anos de 1920 a 1930, proferidas na Assembleia Legislativa do estado nos correntes anos e o regulamento interno da instituição, o qual apresenta os direcionamentos organizacionais e funcionais do orfanato, nos permitindo entender as dinâmicas políticas, sociais e suas reverberações no interior do espaço. Com a realização desta pesquisa concluímos que o Orfanato Padre João Maria foi um importante instrumento de amparo e assistência as meninas pobre do Rio Grande do Norte e que em suas práticas de cerceamento e moralização das internas estavam imbricadas influências sociopolíticas que o configurava enquanto dispositivo de manutenção da ordem social, desse modo, com as análises realizadas concretizamos o objetivo inicial desta pesquisa e consideramos que a partir dela se fará possível a construção de novos estudos que busquem aprofundar a análise institucional e inserir esta importante instituição socioeducativa nas páginas da historiografia norte-rio-grandense, espaço que antes lhe fora negado.