Grêmio estudantil em livros didáticos de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zumba, Maria Alzeneide Fernandes
Orientador(a): Tinoco, Glicia Marili Azevedo de Medeiros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - PROFLETRAS NATAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49068
Resumo: Historicamente, o grêmio faz parte da movimentação política de estudantes brasileiros, em especial, os secundaristas. Todavia, nossa experiência de professora de Língua Portuguesa, desde 1996, nos permite afirmar que não é comum a formação, em escolas públicas de educação básica do interior do Rio Grande do Norte, do grêmio estudantil como um espaço de participação nas decisões. Porém, isso pode ser alterado por forças externas à escola. Uma delas é a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), que, no campo de atuação na vida pública, explicita o “grêmio livre” em habilidades específicas de Língua Portuguesa, destacando práticas de leitura, escuta, produção de textos, bem como análise linguística/semiótica. Outra força vem dos livros didáticos que, para serem aprovados pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), precisam atender às exigências da BNCC e, portanto, incorporar as habilidades nela contidas. Cientes desse movimento, esta dissertação, que tem por objeto de estudo o grêmio estudantil nos livros didáticos de Língua Portuguesa, caracteriza-se, metodologicamente, por ser uma pesquisa documental de natureza qualitativa e interpretativista. Seu objetivo geral é investigar como a representação de grêmio estudantil da BNCC é contemplada em dois livros didáticos, cujas coleções foram aprovadas pela edição de 2020 do PNLD. Para atingi-lo, objetivamos, especificamente, (i) compreender aspectos que caracterizam a inserção do termo “grêmio livre” na BNCC e (ii) analisar como os dois livros didáticos selecionados se apropriam das orientações da BNCC em suas atividades. Fundamentam nossa análise a concepção dialógica da língua(gem) do círculo bakhtiniano, os estudos de letramento de vertente sociocultural e a pedagogia crítica. Os resultados evidenciam que, embora o grêmio livre esteja na BNCC, isso não é suficiente para que ele seja incorporado aos livros didáticos, inclusive os aprovados no PNLD/2020. Entre os dois livros que analisamos, no livro do 7o ano do Geração Alpha Língua Portuguesa, o trabalho com o grêmio se desenvolve por meio de um projeto que ocupa um semestre letivo e, em suas atividades, vislumbram-se práticas de leitura e escuta, bem como produção textual (escrita e oral) e análise linguística/semiótica que, de fato, favorecem a criação do grêmio estudantil e viabilizam o protagonismo dos estudantes na escola e além dela. O trabalho com o grêmio estudantil proposto pelo livro do 6o ano do Apoema Português, por sua vez, focaliza os textos que compõem essa agremiação (o estatuto, por exemplo) para explorar regras da gramática normativa. Diante dessa limitação, decidimos apresentar, como produto destacável, uma coletânea de materiais de diferentes semioses que tratam do grêmio estudantil. Pensamos que essa coletânea pode contribuir com professores interessados na ressignificação do ensino de Língua Portuguesa com vistas ao exercício da cidadania e, para isso, observam, no grêmio estudantil, um produtivo espaço de letramentos.