Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ferreira Júnior, José Marcelino |
Orientador(a): |
Gonçalves, Marta Aparecida Garcia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23994
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Resumo: |
Os princípios da estética clássica condicionam a obra de arte aos preceitos de harmonia e beleza. Com o intuito de agradar ao seu público, torna-se, portanto, indispensável ao artista o respeito às regras de composição, à verossimilhança, aos fins morais e à imitação da Natureza como fatores determinantes para a representação do Bem, do Belo e do Verdadeiro. No entanto, inúmeros artistas e escritores das mais diversas épocas empregaram em suas criações procedimentos bastantes diferentes, para não dizer opostos, aos moldes clássicos. Em razão disso, adotou-se para o presente estudo as análises desenvolvidas por Victor Hugo (2002) e Wolfgang Kayser (1986) sobre uma categoria estética a que se veio nomear de Grotesco e em especial a noção de realismo grotesco formulada por Mikhail Bakhtin (1993). De acordo com esses autores, o exagero e a deformação do corpo característicos do grotesco induzem o leitor a perceber uma realidade por vezes oculta. Identificado como um constituinte predominante no romance Famintos (1962), do escritor caboverdiano Luis Romano, o grotesco assume, dessa forma, uma função dupla: apresentar o tema da fome não apenas em seus significados sociais, mas também em seus efeitos sobre o corpo. Nesse sentido, esta pesquisa, que tem como foco principal discutir o ensino de literatura, centra-se em dois eixos, tomando como ponto de partida a análise desse romance, baseada na ideia de realismo grotesco, e a inclusão de um relato de experiência de leitura em sala de aula em consonância às considerações de Jauss (1994), sobre o horizonte de expectativa do leitor na recepção de uma obra, e em Jouve (2013), a respeito da leitura subjetiva. Por isso, considera-se para a proposta de leitura de Famintos (1962) a centralidade do leitor como produtor de um segundo texto, construído no primeiro ato da leitura, que é, nessa instância inicial, resultado único de sua capacidade interpretativa subjetiva. Pensando nisso, este trabalho, amparado em uma pesquisa de caráter bibliográfico e empírico, busca refletir sobre a prática de leitura do texto literário em sala de aula e analisar os textos de estudantes de licenciatura a partir da leitura do romance em foco. Essa atividade foi determinante para avaliar a percepção dos leitores sobre os aspectos estéticos de uma obra e, ao explorar a leitura como um ato de experiência estética, inferir que é possível renunciar a algumas práticas inadequadas que ainda persistem no ensino de literatura, como a instrumentalização do texto literário para o ensino da gramática, o ensino de literatura de viés historicista e mesmo as interpretações pré-elaboradas dos manuais de literatura. |