Internações em idosos e fatores contextuais associados no nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Ângela Maria de Medeiros
Orientador(a): Lima, Kenio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27213
Resumo: Esse estudo objetivou investigar as internações dos idosos por grupo de causa e por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP), identificando sua relação com fatores contextuais na região Nordeste do Brasil. Realizou-se um estudo com delineamento ecológico, que utilizou dados secundários oriundos do Sistema de Informação Hospitalar (SIHSUS) para a descrição das taxas de internação por grupo de causas e por ICSAP em idosos a partir de 60 anos ou mais, nos anos de 2010 a 2015. Como variável dependente, utilizou-se a taxa de internação hospitalar nos idosos por grupo de causas e por ICSAP. Realizou-se a análise de cluster não-hierárquica (K-means) agrupando os municípios com base nos grupos de causas de internações gerais e aquelas sensíveis à atenção primária, sendo formado 3 Clusters, os quais foram classificados como altas taxas, intermediárias e baixas taxas de internação. Para a associação com as variáveis dependentes, foram selecionadas 11 variáveis independentes socioeconômicas contextuais, resumindo-as através da Análise Fatorial, tendo a extração dos fatores sido realizada pela Análise de Componentes Principais (ACP). Obteve-se, portanto, um componente denominado “Urbanização e seus reflexos”, o segundo nominado de “Contexto socioeconômico favorável” e o terceiro intitulado “Pouca escolaridade e dependência do Estado”. Além dessas variáveis, utilizou-se o Índices de GINI, IDH, FIRJAN, a média da cobertura da Atenção Básica dos municípios nos anos de 2010 a 2015 e a taxa do número de consultas em idosos na atenção básica nesse mesmo período. A taxa total de internação no período foi 1.212,60, sendo em maior quantidade aquelas por doenças do aparelho circulatório, seguidas de doenças do aparelho respiratório e das doenças infecciosas e parasitárias. Os clusters de taxas de internação diferiram significativamente em relação aos fatores contextuais, de modo que os municípios que possuem as maiores taxas de internações apresentaram os valores mais altos para o contexto socioeconômico favorável, sendo os maiores valores relativos à pouca escolaridade e dependência do estado os dos municípios de menores taxas de internação. Em relação às ICSAP, a taxa total de internação foi de 527,524 (43,5% do total das internações), sendo em maior quantidade aquelas por insuficiência cardíaca, seguidas das doenças cerebrovasculares e das gastroenterites infecciosas. Existiu diferença significativa entre os clusters e os fatores, onde o cluster que possui as maiores taxas de internações foi o que apresentou as maiores médias para o contexto socioeconômico favorável e para pouca escolaridade e dependência do estado. O cluster que possui menores taxas de internação possuiu as maiores médias para o fator “urbanização e seus reflexos”. Na análise da cobertura da atenção básica e taxa de consultas de idosos na atenção básica, observou-se que os clusters não diferiram significativamente. Diante desse contexto, conclui-se que na população idosa do Nordeste há predomínio de internações por doenças do aparelho circulatório e das ICSAP por insuficiência cardíaca. Os fatores contextuais interferem de modo significativo nas internações da população idosa, sendo importante analisá-los na construção das políticas públicas de saúde, atentando para as vulnerabilidades dessa população e contribuindo com a equidade em saúde.