Identificação e perfil de resistência antimicrobiana de enterobactérias isoladas de moluscos bivalves e água em dois estuários da Região do Baixo Sul, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Grise, Noely Marques Ferreira
Orientador(a): Evangelista-Barreto, Norma Suely
Banca de defesa: Sousa, Oscarina Viana de, Honorato, Talita Lopes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
Departamento: CCAAB - Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/prefix/1106
Resumo: Dentre as espécies de bactérias capazes de causar infecções em humanos se destacam as estirpes Escherichia coli e Salmonella spp. A capacidade desses microrganismos em promover gastroenterite humana associada ao consumo de moluscos in natura ou levemente cozidos, tem aumentado a sua importância em surtos alimentares se tornando um alerta para a saúde pública. Baseando nisso, este trabalho teve como objetivo avaliar a presença de Escherichia coli e Salmonella spp. em dois estuários da região do Baixo Sul, Bahia, bem como verificar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana dos isolados. Para isso, foram realizadas seis coletas de ostras e água em uma área de cultivo e ostras extraídas de bancos naturais. Para a suscetibilidade antimicrobiana foram utilizados 15 fármacos de seis famílias. A produção de enzimas β-lactamases (βLs) foi verificada por meio de testes fenotípicos e genotípicos (blaTEM-1, blaCTX-M e blaSHV). Na área de cultivo, as amostras de água apresentaram densidade microbiana de coliformes a 35°C de 2,85 log NMP/100 mL e a 45°C de 2,50 NMP/100 mL, enquanto nas amostras de ostras os valores foram de 2,65 log NMP/100 g para coliformes a 35°C e de 2,30 log NMP/100 g para coliformes a 45°C. Para as ostras do extrativismo a densidade de coliformes a 35°C foi de 3,30 log NMP/100 g e a 45°C de 3,15 log NMP/100 g. Escherichia coli foi isolada em 50% das amostras de água e 67% das amostras de ostras de extrativismo, com ausência nas ostras de cultivo. Não foi observada a presença de Salmonella em qualquer das amostras. As cepas de Escherichia coli provenientes da água de cultivo do estuário de Torrinhas apresentaram apenas perfil intermediário de resistência antimicrobiana (57,14%). As cepas isoladas das ostras de extrativismo apresentaram resistência antimicrobiana de 60% e 20% para resistência intermediária, com maior resistência verificada aos β-lactâmicos (71,42%). Perfil de multiresistência (40%) foi observado apenas para Escherichia coli isoladas das ostras de extrativismo, com índice de múltipla resistência (MAR) variando de 0,13 a 0,20. Quanto a origem genética da resistência, esta foi equivalente entre plasmidial (50%) e cromossômica (50%), sendo que as cepas isoladas da água apresentaram maior percentual de resistência plasmidial (62,50%). Fenotipicamente não foi observada a produção de enzimas β-lactamases. A presença dos genes blaTEM-1 e blaCTX-M foi observada em 83,33% e 8,33% das cepas de Escherichia coli, respectivamente. Não foi observada a presença do gene blaSHV. A presença de Escherichia coli contendo genes de resistência nos estuários de Taperoá e Torrinhas, Bahia, mostra que os moluscos bivalves extraídos ou coletados na região devem passar por um processo de depuração antes de submetidos a comercialização visando minimizar a presença de estirpes bacterianas contendo genes de resistência antimicrobiana. A presença de isolados de Escherichia coli com genes de resistência do tipo blaTEM-1 e blaCTX-M chama a atenção quanto a propagação destas bactérias para o ambiente estuarino.