Análise econômica da produção e risco em sistemas agroflorestais e sistemas de produção tradicionais: Tomé-Açú, Pará- 2001 a 2003.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: VARELA, Luiz Benedito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA / Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/2508
Resumo: Este estudo tem por objetivo avaliar a rentabilidade, identificar os fatores determinantes da produção e analisar o risco, o retorno à escala e a eficiência econômica dos sistemas agroflorestais (SAF) e dos sistemas de produção tradicionais (ST) praticados há vários anos pela comunidade nipo-brasileira no município de Tomé-Açu, Estado do Pará. Os dados de campo referem-se ao período de 2001, 2002 e 2003 e a metodologia utilizada baseia-se em três modelos de análise: o primeiro usa métodos estatísticos para estimar a rentabilidade econômica do SAF e ST, compilando a renda, os custos e os investimentos; o segundo utiliza a análise de fator para identificar os principais fatores representativos do conjunto de variáveis e estimar as regressões do valor bruto da produção e do risco; o terceiro utiliza o modelo dinâmico autoregressivo da função de produção para examinar as variáveis determinantes do valor bruto da produção nos SAF e ST sob condições de risco, - além de avaliar a economia de escala e a eficiência econômica desses sistemas. Os resultados da análise de fator em nível de sistema indicam que os fatores produção física e competitividade do produto influenciam positivamente o VBP, mas o primeiro representa fonte de risco dos sistemas analisados; e, a capacidade de gestão, além de não influenciar a produção constitui fonte de risco desses sistemas. Em nível de propriedade, a análise de fator indica que a produção racional e a competitividade do produto afetam positivamente o VBP, mas o primeiro fator constitui fonte de risco dos sistemas estudados. Os resultados do modelo dinâmico autoregressivo concluem que a área cultivada, os insumos, a tecnologia e a produção defasada (exceto a mão-de-obra contratada e as máquinas e equipamentos), afetam diretamente o VBP dos SAF e dos ST, apresentando-se coerentes com o postulado teórico da função de produção dinâmica. A variável dummy da função mostrou diferença cumulativa a menor no VBP dos SAF em comparação com o dos ST, de um ano para outro. Os resultados da função risco mostram que o uso dos fertilizantes e defensivos reduz o nível de risco, mas a expansão da tecnologia ora adotada, se não combinada adequadamente com os demais fatores, aumenta o risco da produção. Ademais, a variável dummy aponta diferença de risco a menor dos SAF em relação aos ST, tanto em nível de sistema como de propriedade. Quanto à análise da escala de produção os dados mostram que os sistemas estudados atuam na faixa de retornos decrescentes e com relação à eficiência os resultados sugerem que o ótimo econômico depende da expansão da área cultivada, do aumento do uso dos insumos e da recombinação da tecnologia de produção, da mão-de-obra contratada e do capital com os outros fatores de produção. Diante das evidencias, o estudo sugere duas medidas: a primeira, pela expansão da escala de produção mediante aumento do uso dos fatores que se situam no estágio racional da produção e a redução e adequação do uso da tecnologia, da mão-de-obra e das máquinas e equipamentos, melhorando, com isso a hipótese risco-eficiência; e, a segunda, à busca de maior fatia de mercado (market share) em substituição ao lucro ótimo que passaria a constituir um objetivo estratégico de longo prazo, quando a escala de produção atingisse o seu custo médio mínimo. Os resultados mostram que os SAF além de oferecer menor risco do que os sistemas tradicionais apresentam maior rentabilidade econômica do que aqueles, evidenciando melhor sustentabilidade associada à manutenção da produtividade do solo, provavelmente em decorrência da sua maior produção de biomassa em relação aos sistemas tradicionais de produção, credenciando-o como sistema indicado a contribuir para o sequestro do carbono e a despoluição ambiental, benefício este que consolida a viabilidade econômica desse sistema.