Conservação da diversidade de plantas tolerantes à sombra em mosaicos agrícolas da Amazônia Oriental.

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: SILVA, Isamara dos Reis
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
• Palavras-chave em Português: Diversidade alfa; Diversidade beta; Índice de valor de conservação; Riqueza de espécies; Tipos de usos da terra; Mosaicos agrícolas - Amazônia
• Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1464

Com o aumento do desmatamento associado à necessidade de conciliar conservação e produção de alimentos, os mosaicos agrícolas têm grande importância para a manutenção da diversidade, porém com valores de conservação ainda não reconhecidos. Uma abordagem promissora para entender os padrões de distribuição das espécies nos mosaicos agrícolas é entender os fatores que atuam sobre cada um dos seus componentes: riqueza local de espécies (diversidade alfa), a variação na composição de espécies entre locais (diversidade beta) e a riqueza regional total (diversidade gama), considerar a estratificação da vegetação é também importante, pois os estratos estabelecem nichos diferenciados para as plantas, consequentemente influenciam na independência da diversidade encontrada nos estratos verticais. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar a resposta de cada componente da diversidade de plantas tolerantes à sombra em mosaicos agrícolas da Amazônia Oriental, considerando três estratos das coberturas vegetais em separado. O estudo foi realizado em seis mosaicos agrícolas, localizados em diferentes regiões do Estado do Pará. O inventário da cobertura vegetal foi realizado dentro de cada mosaico nos principais tipos de usos da terra, nos estratos superior, médio e inferior. Após a identificação e classificação em grupos ecológicos, foram selecionadas apenas as espécies tolerantes à sombra, uma vez que são essas espécies que possuem maior importância nas análises visando a conservação das espécies florestais. A diversidade de cada mosaico e cada estrato foi particionada em diversidade alfa (ou das parcelas), diversidade beta 1 (β1, dentro dos tipos de usos) e diversidade beta 2 (β2, entre os tipos de usos), usando o modelo aditivo e a riqueza de espécies como medida de diversidade. Foi realizada uma análise de modelo linear generalizado (GLM) para avaliar a influência dos fatores geográfico, estrato, chuva, número de meses de seca, cobertura florestal e número de tipos de usos. Foram verificados também a contribuição dos tipos de usos para a diversidade alfa e beta total, a contribuição de cada parcela na diversidade gama e o valor de conservação dos tipos de usos. A partição da diversidade mostrou valores observados de alfa e β1 menores que o esperado e valores observados de β2 maiores que o esperado. De forma geral, a avaliação dos componentes de riqueza alfa, β1 e β2 de plantas tolerantes à sombra aqui analisados mostraram padrões claros em alfa e β2, e que β1 é mais dependente dos tipos de usos encontrados nos mosaicos agrícolas. Entre os fatores testados a riqueza alfa respondeu apenas aos estratos, β1 respondeu aos mosaicos e estratos e β2 respondeu apenas à quantidade de precipitação anual. As contribuições das parcelas e dos tipos de uso diferem entre os componentes da diversidade, e estes entre mosaicos e estratos, consequentemente o valor de conservação também diferem. O valor de conservação das florestas maduras é influenciado pela porcentagem de cobertura florestal dos mosaicos, mas o valor de conservação das florestas secundárias não depende dessa cobertura.