Análise florística e estrutural da vegetação xerofítica das savanas metalófilas na floresta nacional de Carajás: subsídios à conservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: RAYOL, Breno Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/MPEG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Resumo: Savana metalófila é o termo utilizado para um tipo especial de vegetação que cresce sobre o afloramento rochoso de ferro, "canga hematítica", na província mineral de Carajás-Pa. Apresenta peculiaridades quanto a sua ocorrência, exclusiva do ambiente de canga, que lhe confere grande importância do ponto de vista da conservação. Aliado a isso, a pressão da exploração mineral faz com que ações conservacionistas sejam implementadas urgentemente. Desta forma, estudos dos componentes da flora local e suas interações com o meio ambiente são necessários com base para a tomada de decisões sobre a preservação local. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a composição florística e a estrutura de uma das fitofisionomias da savana metalófila, denominada de "vegetação xerofítica", na Floresta Nacional de Carajás, visando fornecer subsídios para estratégias de conservação e recuperação de áreas degradadas. Utilizou-se 180 unidades amostrais, onde foram adotados três níveis de abordagem, os quais correspondem à três tamanhos de parcelas: a) 5 x 20 m para o estrato superior (plantas lenhosas com diâmetro ao nível solo maior ou igual a 3 cm); b) 2 x 5 m para o estrato médio (plantas lenhosas com diâmetro ao nível do solo maior ou igual ale menor que 3 cm); c) 1 x 1 m para o estrato inferior (plantas herbáceas ou lenhosas com o diâmetro do colo menor que 1 cm). Para todos os estratos procedeu-se identificação e a contagem dos indivíduos, sendo que para os estratos superior e médio foi realizada a medição do diâmetro e da altura, enquanto que para o estrato inferior foi avaliada a porcentagem de cobertura vegetal de cada espécie. Os dados foram analisados com o auxílio do programa Mata Nativa e com o uso de planilhas eletrônicas. No estrato superior foram amostradas 54 espécies de árvores de pequeno porte e arbustos. O estrato médio apresentou 44 espécies, constituídas principalmente por indivíduos arbóreos jovens e poucos sub-arbustos. As espécies que mais se destacaram em valor de importância (VI), nestes dois estratos, foram: Callisthene minor e Mimosa aculislipula var. ferrea. No estrato inferior registrou-se 79 espécies, sendo a maioria herbáceas e alguns indivíduos muito jovens de espécies arbóreas e arbustivas, destacando-se dentre elas: Paspalum sp., Sobralia liliastrum e Croton lomenlosus. A vegetação xerofítica de Carajás apresentou características especificas de savanas neotropicais, como, alta densidade e baixos valores de área basal, riqueza e diversidade de espécies. Observou-se uma alta concentração de indivíduos distribuídos em poucas espécies, indicando que esta fitofisionomia é fortemente influenciada por fatores limitantes bastante severos. A composição florística do estrato inferior apresentou pouca similaridade com a dos outros dois estratos. O elevado número de espécies raras encontradas no presente estudo confirmam a importância das savanas de Carajás na manutenção da biodiversidade local. Estas espécies juntamente com as endêmicas e as restritas a microhabitats devem ser o foco de programas conservacionistas. A alta quantidade de endemismo e o baixo número de espécies compartilhadas com outras formações abertas sugerem que a área estudada pode ser considerada como um refúgio vegetacional.