Florística, estrutura e relações solo-vegetação em gradiente fitofisionômico sobre canga, na Serra Sul, FLONA de Carajás - Pará
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2510 |
Resumo: | A vegetação associada a afloramentos de rocha ferruginosa, comum na região da Serra dos Carajás no Pará e no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, inclui-se no conceito de Campos Rupestres, e são comumente denominados Campos Ferruginosos . Estes, por sua vez, apresentam diversas fácies distintas, influenciadas por atributos ambientais tais como: a natureza dos solos, a disponibilidade hídrica, a distribuição na paisagem, a conexão com os ambientes florestais vizinhos, dentre outros. Poucos estudos trazem esclarecimentos dos fatores abióticos determinantes da diversidade dessa vegetação. Os objetivos desse estudo foram: (1) determinar a composição florística e a estrutura fitossociológica de um trecho em gradiente desde vegetação rupestre até Capão Florestal sobre canga e Mata de Encosta, todos desenvolvidos de substratos ferríferos; (2) analisar a vegetação e sua relação direta com o solo a fim de caracterizar o tipo de vegetação e avaliar a estreita relação entre meio físico e biótico da região. Para a análise fitossociológica das espécies foram demarcadas 96 parcelas de modo a contemplar as unidades fitofisionômicas: Campo Rupestre Aberto, com 40 parcelas aleatórias de 1m2 determinando a composição de espécies, as formas de vida e o grau de cobertura de indivíduos; Campo Rupestre Arbustivo, com 40 parcelas de 25 m2, amostrando os indivíduos com CAS ≥ 3 cm. No Capão Florestal e na Mata de Encosta foram amostradas 8 parcelas de 100 m2 cada, sendo amostrados todos os indivíduos com circunferência a 1,30m do solo com CAP ≥ 10cm e estimada a altura. Nas áreas campestres as coletas de amostras de solo (0-10cm) e serapilheira foram feitas de forma representativa nas proximidades das parcelas, para evitar perturbações, enquanto nas áreas florestais foram feitas dentro das parcelas. Foram calculados os coeficientes de correlação linear (Pearson) entre as variáveis químicas dos solos e da serapilheira e aplicados testes estatísticos de análise de variância (ANOVA) e teste de média de Tukey a 5%. Também foi realizada uma análise de correspondência canônica (CCA). Obteve-se o total de 166 espécies amostradas, distribuídas em 104 gêneros e 56 famílias. As famílias de maior riqueza foram: Fabaceae (19), Euphorbiaceae (10), Melastomataceae e Sapindaceae (9), Myrtaceae (8), Rubiaceae (6), Annonaceae, Bignoniaceae, Bromeliaceae, Malpighiaceae, Nyctaginaceae, Poaceae e Salicaceae com 4 espécies cada. Fanerófita foi a forma de vida predominante. As formações apresentaram diferenças significativas com relação à riqueza de espécies. A partir das análises químicas pôde-se constatar que os solos das fitofisionomias estudadas apresentaram acidez elevada com baixos teores de fósforo e nutrientes. O teor de matéria orgânica e a profundidade dos solos são variáveis chave para explicar a ocorrência das fitofisionomias estudadas. A formação de três grupos distintos pela CCA evidencia o caráter singular das fitofisionomias dos afloramentos ferruginosos em Carajás, já que cada fitofisionomia exibiu espécies características, sendo estas pouco compartilhadas, em função de certas características do solo. A disponibilidade de água, governada pela profundidade do solo, deve representar um fator importante para a distribuição da maioria das espécies desse estudo, mas somente trabalhos posteriores poderão avaliar sua influência de forma quantitativa. |