Morfologia do esôfago, estômago e progressão alimentar gástrica de preguiças de três dedos (Bradypus variegatus).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MESQUITA, Ellen Yasmin Eguchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA - Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1714
Resumo: As adaptações para a dieta folívora arborícola de preguiças são evidentes logo na mastigação. Devido às especializações alimentares, as preguiças dispõem de uma gama de peculiaridades morfofisiológicas no trato digestório, em consonância com o comportamento acrobático realizados por esses Xenarthra, os quais representam um grupo diferenciado no que diz respeito a anatomia e fisiologia digestiva. Diante do exposto, objetivou-se investigar as características morfológicas do aparelho digestório da preguiça-comum, a fim de subsidiar o entendimento da digestão desses animais, bem como seu comportamento alimentar. Nos sete animais adultos estudados, o esôfago iniciou dorsal a laringe desviando a esquerda da traqueia, mantendo-se adjacente a mesma, ainda no antímero esquerdo, ao longo de toda a porção cervical. No tórax, percorreu o mediastino, cruzando o diafragma através do hiato esofágico, alcançando o estômago. Histologicamente, o esôfago seguiu um padrão peculiar que facilitou o entendimento do aparelho digestório do animal, sendo este com mucosa queratinizada e camada muscular estriada esquelética, apresentando musculatura lisa apenas na região transicional esôfago-estômago. O estômago desses animais permitiu caracterizar a divisão em sete compartimentos: saco cranial, saco central, fundo, saco caudal, divertículo e pré piloro I e II. O saco cranial caracterizou-se pela zona de inserção esofágica, sendo a primeira cavidade do estômago situada na região cranial, desviada a esquerda. Em seguida destacou-se o saco central posicionado na região mediana do corpo, precedendo o saco caudal, que estava posicionado no antímero direito. O fundo era localizado na região crânio central do órgão, acima do divertículo, que sobrepunha os pré piloros I e II (inserção duodenal). Microscopicamente, os compartimentos revelaram dois padrões distintos: uma fração de tecido plano queratinizado estratificado aglandular e uma fração glandular, de mucosa revestida por tecido epitelial glandular prismático baixo, com formações de fossetas curtas e glândulas longas. No exame de imagem, verificamos ultrassonograficamente a presença de válvulas estomacais e no raio-x contrastado o trânsito pelas cavidades gástricas. Por fim, concluímos que a configuração única do tubo esofágico aliada a complexidade morfológica dos estômagos e comportamentos posturais pré e pós ingesta, inferem alguns dos comportamentos peculiares da Bradypus variegatus, no que concerne também ao conhecimento do trânsito alimentar. Esses achados poderão nortear novas pesquisas quanto ao comportamento morfológico dos intestinos desta espécie, bem como as investigações quanto a digestibilidade dos alimentos.