Estudo da distribuição temporal dos comportamentos em preguiças Bradypus variegatus, Wetzel, 1982

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Daniela Lucio Jorge Rocha, Fatima
Orientador(a): José Eduardo das Dores Peres da Costa, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/2213
Resumo: Os ritmos biológicos estão presentes em todos os organismos vivos. O seu controle endógeno é feito por marcapassos, também chamados de osciladores. Os ritmos endógenos estão harmonizados, exogenamente, com inúmeras variáveis ambientais e geofísicas. A principal e mais expressiva delas é o ciclo dia/noite, claro/escuro (CE). O período endógeno de uma variável biológica é determinado através da manutenção do organismo em condições constantes de iluminação e temperatura, caracterizando o ritmo em livre curso. Para a preguiça Bradypus variegatus, até hoje, só se conhecem os dados sobre o comportamento rítmico da pressão arterial, freqüência cardíaca, ciclo sono/vigília e comportamento. Este último mostra-se inconclusivo, com relação aos padrões de comportamentos de atividade e de repouso em CE, que caracterizam a alocação do seu nicho temporal. Este trabalho teve como objetivos identificar padrões comportamentais em preguiças B. variegatus, mantidas em cativeiro e submetidas a ciclos CE e claro constante (CC), mediante observação contínua para cada fase do ciclo, determinar como eles podem ser manifestados em condições de iluminação constantes, visando identificar os ritmos biológicos endógenos e definir o seu nicho temporal. Foram utilizadas sete preguiças machos. Destas, seis participaram do estudo comportamental e uma, da determinação do etograma. Os animais, após um período de adaptação, foram mantidos na sala de experimentação (SE), por um período de cinco dias, em CE, e por mais cinco dias, em CC. Os comportamentos foram coletados em uma folha de registros, como ocorrência (1) e não ocorrência (0), a intervalos de quinze minutos, durante os dez dias (CE e CC). Para a investigação da presença de variáveis cíclicas, análise ritmométrica e significância estatística foi utilizado o programa EL TEMPS PARA ANÁLISE CRONOBIOLÓGICA. Com este programa foram construídos os actogramas e os gráficos de forma de onda, e realizados os seguintes testes: COSINOR, teste circular e periodograma. Com a observação comportamental foi montado um etograma, contendo onze comportamentos, agrupados em três categorias: motivacionais ( alimentar , beber água , defecar e urinar ), de atividade motora ( deslocar , coçar , movimentos corporais e procura pelo escuro ) e de repouso ( posição habitual , repouso no chão e repouso no galho ). Foram identificados dois novos comportamentos, procura pelo escuro e beber água . Para os comportamentos motivacionais, apenas o alimentar apresentou significância estatística (p<0,05) quanto à presença de ritmo circadiano. Para os comportamentos de atividade motora, apenas o coçar não apresentou significância estatística para ritmo circadiano (p>0,05). Os comportamentos posição habitual e repouso no chão apresentaram padrões rítmicos circadianos estatisticamente significativos (p<0,05). Em condições constantes, os comportamentos motivacionais apresentaram um período médio de 1377 ± 144,16 min, sendo menor que 24 horas. Os comportamentos de atividade motora obtiveram um período médio de 1473 ± 52,06 min, sendo maior que 24 horas. Os comportamentos de repouso obtiveram um período médio de 1507 ± 74,05 min, maior que 24 horas. A fase de atividade para todos os animais se concentrou entre 19h e 23h, e a fase de repouso, entre 7h e 11h. Os resultados obtidos a partir do perfil rítmico dos comportamentos de atividade e repouso demonstraram que a preguiça B. variegatus apresenta, em condições de laboratório, alocação do nicho temporal noturno