Elementos potencialmente tóxicos em solo de mina de ouro tratado com biocarvão impregnado com ferro.

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: COSTA, Hercilia Samara Cardoso
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
• Palavras-chave em Português: Ipomea asarifolia; Solos multicontaminados; Solo - Toxicidade - Amazônia; Mina de ouro - Solo - toxicidade; Solo - Poluição - Amazônia; Solo - Biocarvão
• Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/956

A crescente poluição ambiental nas últimas décadas vem tornando os elementos potencialmente tóxicos (EPTs) uma ameaça constante aos ecossistemas terrestres, aquáticos e à saúde humana, principalmente em áreas de mineração. O uso de biocarvão e espécies de plantas tolerantes a EPTs têm sido utilizados na remediação do solo contaminado, despertando grande interesse de pesquisa, por se constituir em alternativa ecologicamente correta e de baixo custo. O estudo avalia a influência do biocarvão de caroço de açaí não impregnado (BC) e impregnado com ferro (BFe) na biodisponibilidade de EPTs, de um solo multicontaminado de área de mineração de ouro (Au), na Amazônia, cultivado com Ipomea asarifolia. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Universidade Federal Rural da Amazônia, com sete tratamentos e quatro repetições: T1= solo contaminado (SC), T2= solo de mata (SM), T3= SC+SM, T4= SC+SM+BC, T5= SC+SM+BFe, T6=SC+BC, T7= SC+BFe. O BC elevou o pH dos solos enquanto que o BFe reduziu. As aplicações dos biocarvões aumentaram os teores totais de Ca, Mg, P e K no solo, porém houve diminuição nas suas disponibilidades. Os biocarvões afetaram a mobilidade de EPTs no solo, aumentando os teores na fração oxidável (ligada a matéria orgânica). As plantas cultivadas com os biocarvões apresentaram menor rendimento de matéria seca, além de maior concentração de EPTs e menor teor de nutrientes. Isso sugere que os biocarvões aumentaram a adsorção dos cátions básicos, diminuindo a competição com os cátions metálicos e resultando na maior absorção de EPTs pelas plantas. O uso de BC e BFe não favoreceu a imobilização de EPTs no solo. Os BC influenciaram na mobilidade de As com redução nas frações ligadas a arsenetos e sulfatos (F5) e aumento nas frações, associadas a óxidos e hidroxossulfatos de Fe bem cristalinos (F4). O BC aumentou o As na fração facilmente solúvel o que resultou na maior disponibilidade de As e menor biomassa das plantas. A aplicação de BC e BFe em solo multicontaminado deve ser realizada com cautela, considerando os atributos químicos do solo e características dos EPTs, para evitar o impacto adverso no ecossistema do solo. De acordo com os fatores de fitoextração e translocação a Ipomea asarifolia pode ser classificada com uma espécie com potencial para a fitoestabilização de Zn e tolerante a EPTs, principalmente As.