Restauração ecológica de mata ciliar dominada por pastagem no nordeste do Pará, Brasil

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: PAUMGARTTEN, Arllen Élida Aguiar
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UFRA/EMBRAPA
• Palavras-chave em Português: Mata ciliar - Restauração ecológica; Gramíneas exóticas; Mata ciliar - Regeneração natural
• Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/handle/123456789/306

Dentre as tipologias florestais amazônicas atingidas pelo desflorestamento estão as matas ciliares. O mau uso e a conversão dessas florestas em áreas de cultivos agrícolas e pastagens tem gerado a degradação desses ecossistemas, portanto, além da necessidade legal de recomposição é necessário criar condições para que o ecossistema restaure a sua integridade ecológica, sua biodiversidade e atinja a estabilidade a longo prazo. Desta forma, essa dissertação teve por objetivo analisar os benefícios de métodos de restauração florestal, com diferentes níveis de intervenção, no processo inicial de restauração de mata ciliar convertida em pastagem e dominada por gramínea exótica. O experimento foi implantado em uma pastagem estabelecida na década de 1990, no município de Terra Alta, Nordeste do estado do Pará. Foram testados quatro tratamentos (métodos): controle (sem intervenção); estímulo ao banco de sementes do solo (controle inicial de gramínea com herbicida e revolvimento do solo); introdução de espécies arbóreas por sementes (semeadura em covas) e introdução de espécies arbóreas por mudas (plantio em linhas). O período estudado foi de 22 meses após o isolamento da pastagem e implantação dos tratamentos. O estímulo ao banco de sementes do solo diminuiu a dominância de cobertura do solo com gramíneas do gênero Brachiaria e acelerou o processo de regeneração natural das espécies nativas, inicialmente com elevada densidade de indivíduos e espécies herbáceas, mas com aumento gradativo do estabelecimento de espécies arbustivo-arbóreas. Aos 22 meses, a densidade de indivíduos e riqueza foram baixas e semelhantes entre os quatro tratamentos, demonstrando que as gramíneas exóticas atuam como filtro ecológico dificultando o estabelecimento das espécies. Acacia mangium, Cecropia palmata e Vismia guianensis são espécies pioneiras regenerantes capazes de competir com as gramíneas e estruturam a mata ciliar, sendo necessário o manejo da espécie exótica A. mangium. As espécies introduzidas por sementes apresentaram germinação acima de 85% em cinco de oito espécies. A sobrevivência foi elevada para Hymenea courharil (100%) e Carapa guianensis (87,5%). Schizolohium parahyha var. amazonicum apresentou maior crescimento em altura (175,5 cm) e quatro espécies têm altura inferior a 100 cm. A maioria das espécies introduzidas por mudas apresentaram elevada sobrevivência (acima de 85%). A altura média foi maior nas espécies Inga edulis (153,9 cm) e Virola surinamensis (107,7 cm), as demais apresentaram altura inferior a 100 cm. Na introdução de espécies por sementes e mudas não houve diferença entre os valores de diâmetro das espécies dentro dos tratamentos. A predominância de espécies de ervas e lianas e os parâmetros avaliados para a vegetação lenhosa (arbustos e árvores) indicam que a mata ciliar sob diferentes níveis de intervenção está no estágio inicial da sucessão secundária, caracterizado por diferentes hábitos de vida heliófilos, baixa riqueza de espécies lenhosas e recuperação da estrutura florestal pouco expressiva. O ingresso e recrutamento de espécies arbóreas regenerantes nos métodos de restauração, evidencia a resiliência da mata ciliar dominada por gramínea exótica.