Biologia floral de Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (Fabaceae).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: SOUZA, Milene Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/MPEG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1069
Resumo: Estudos sobre a biologia floral fazem parte dos conhecimentos básicos dos ecossistemas tropicais, mostrando-se importantes para o manejo e conservação dos recursos naturais. Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (Fabaceae), é uma espécie de importância madeireira, medicinal e aromática, devido a presença da cumarina, um óleo essencial encontrado nas sementes. O objetivo deste trabalho foi estudar a biologia floral de D. odorata em área plantada (Embrapa Amazônia Oriental - PA) e em área natural (Floresta Nacional do Tapajós-PA) investigando fatores limitantes à frutificação, tais como o ataque de larvas de insetos nos botões florais, impedindo o desenvolvimento das flores e, consequentemente, a formação de frutos. A pesquisa foi desenvolvida no período de 2002/2003. Foram realizados estudos sobre: morfologia floral, período de antese, receptividade de estigma, produção de néctar, produção de fragrância, relação pólen/óvulo, fenologia, visitantes florais, testes de polinização, ataques de larvas, germinação e crescimento do tubo polínico. A espécie apresenta flores hermafroditas papilionáceas, de coloração branca e rosada, dispostas em inflorescências paniculadas eretas terminais, com antese matutina, que exalam um forte odor adocicado. Estas borboletas e beija-flores. Porém, apresentam atributos que as enquadram na síndrome de melitofilia. O período de maior visitação coincide com o período de maior concentração de açucares no néctar, durante a manhã. A floração é assincrônica e do tipo cornucópia, durando em média três a quatro semanas, tendo ocorrido entre os meses de setembro a dezembro. A frutificação ocorreu de outubro a julho e a disseminação entre os meses de maio a julho. Com os resultados obtidos através da relação pólen/óvulo e testes de polinização, esta espécie se enquadra no sistema reprodutivo de xenogamia obrigatória, sendo uma espécie auto-estéril, com o índice de auto-incompatibilidade (ISI) = 0,03. A eficácia da polinização natural, obtida através do índice de eficiência reprodutiva (RE), foi de 0,14. Entretanto, foi observada a presença do sistema de auto-incompatibilidade tardia, que impede o desenvolvimento completo e maturação dos frutos oriundos de autopolinização induzida. Estes frutos são abortados, em média, nas cinco primeiras semanas após o início do desenvolvimento dos frutos. Nos botões florais e flores, forem encontradas larvas de coleópteros, que causaram sérios danos nas flores e a consequente formação de frutos. Em área plantada, o nível de infestação foi de 9,54%. Houve diferença na germinação do pólen para os diferentes tratamentos e períodos coletados, nos testes de polinização aberta e autopolinização induzida a germinação iniciou apenas com 72h. Nos pistilos usados para a polinização cruzada, observou-se germinação do pólen a partir de 48 h. A redução na produção de frutos maduros em relação aos frutos iniciados pode estar sendo regulada pela ocorrência de aborto, disponibilidade e serviço dos polinizadores e os danos causados pelo ataque de larvas nas flores, contribuindo para a redução de frutos formados.