Diagnóstico molecular e taxas de infecção de Anaplasma marginale e Babesia bovis em rebanhos bovídeos e artrópodes parasitas na Amazônia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FERREIRA, Tássia Alana Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/883
Resumo: Anaplasmose e Babesiose são doenças endêmicas em rebanhos bovinos e bubalinos em regiões tropicais e subtropicais do mundo, as quais, na maioria das vezes, não são diferenciadas e, popularmente, denominadas como Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Na América do Sul ambas patologias estão estritamente relacionadas à ocorrência do carrapatodos-bovinos, Rhipicephalus microplus, principal vetor de Anaplasma marginale, Babesia bovis e Babesia bigemina. Em ambas hemoparasitoses, a participação da transmissão vertical dos agentes patogênicos é considerada sem importância epidemiológica, tanto em bovinos quanto em bubalinos. Buscou-se estabelecer a participação epidemiológica da transmissão transplacentária de A. marginale e B. bovis, assim como a participação dos artrópodes parasitas na epidemiologia da Babesiose e da Anaplasmose em rebanhos bovídeos estabelecidos na Amazônia através da pesquisa molecular. A reação em cadeia da polimerase (PCR) e a nested PCR (nPCR) foram utilizadas, respectivamente, para o diagnostico específico de A. marginale e B. bovis a partir de amostras de DNA provenientes de bovinos, bubalinos e artrópodes parasitos colhidos nos rebanhos. Os resultados revelaram que todas as vacas bovinas estavam infectadas por A. marginale no momento do parto e a taxa de infecção congênita observada foi de 81,25% (13/16). A taxa de infecção por B. bovis nas vacas bovinas foi de 93,75% (15/16) e a taxa de infecção congênita observada foi de 81,25% (15/16). Em bubalinos, a taxa de infecção por A. marginale nas vacas no momento do parto foi de 61,54% (8/13) com uma taxa de infecção congênita de 23,08% (3/13). A taxa de infecção por B. bovis nas vacas foi de 53,84% (7/13) com uma taxa de infecção congênita de 30,77% (4/13). Todos os animais eram portadores assintomáticos dos agentes causadores da TPB. A taxa de infecção encontrada nas larvas de carrapatos foi 44,4% (200/450) para A. marginale e 55,9% (247/450) para B. bovis. A taxa de infecção em dípteras hematófagos, espécimes adultos de mosca-dos-chifres, Haematobia irritans, coletados sobre bovinos apresentaram taxa de infecção de 11,4% (27/236) para A. marginale e de 9,3% (22/236) para B. bovis, enquanto que na mosca-dos-estábulos, Stomoxys calcitrans, coletadas sobre bubalinos apresentaram uma taxa de infecção de 1,5% (1/65) para A. marginale e de 12,3% (8/65) para B. bovis. As taxas de transmissão transplacentária observadas demonstram que essa é uma importante via envolvida na epidemiologia da TPB em rebanhos bovinos e bubalinos, porém, vem sendo subestimada sua participação na epidemiologia da infecção tanto por A. marginale quanto B. bovis no Brasil. A participação de dípteras hematófagos na epidemiologia da TPB necessita de maiores esclarecimentos, principalmente no que se refere à viabilidade de infecção dos parasitas presentes no aparelho bucal destes dípteras para o hospedeiro vertebrado.