Mecanismos de coexistência interespecífica em guildas de formigas do gênero Pheidole westwood (Formicidae: Myrmicinae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Soares, Stela de Almeida
Orientador(a): Pie, Marcio Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/29929
Resumo: Resumo: O gênero Pheidole é conhecido por sua hiperdiversidade, com mais de 1000 espécies distribuídas em todo o planeta. Conhecer melhor a ecologia deste gênero representa um considerável avanço, não só para o estudo da biologia destas formigas, mas também para o entendimento da organização de comunidades hiperdiversas, pois apesar de sua grande importância ecológica, pouco se sabe sobre os mecanismos que permitem a coexistência local de espécies de Pheidole. Uma abordagem importante para elucidar estes mecanismos é a análise da distribuição espaço/temporal de suas colônias. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi investigar a distribuição de colônias de Pheidole em escala local em um fragmento da floresta Atlântica do sul do Brasil. As coletas em 10 mil unidades amostrais com 0,25 x 0,25m foram realizadas na Reserva Natural Morro da Mina, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de aproximadamente 3 mil hectares localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) de Antonina-PR e pertencente à Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). A vegetação na área corresponde à Floresta Ombrófila Densa e é muito bem preservada, o que permitiu um estudo de uma comunidade altamente diversa de formigas. Análises dos índices de dispersão (razão variância média (I), índice de Morisita ( ) e expoente k da distribuição binomial negativa) evidenciaram uma distribuição agregada para a maioria das espécies. Entretanto, houve espécies cuja distribuição variou de acordo com a época do ano e com os demais métodos possíveis utilizados, tais como diferentes tamanhos de quadrat. Entre as três distribuições de probabilidades estudadas, a distribuição binomial negativa apresentou o melhor ajuste à distribuição espacial das espécies, como P. fallax, P. punctithorax, P. flavens e P. tristis, que apresentaram uma maior dominância e elevado nível de agregação. O Índice de Moran indicou que o padrão de ocorrência da maioria das espécies estudadas possui uma autocorrelação espacial positiva. Quando estes dados foram submetidos à análises de co-ocorrência através de matrizes de presença e ausência por evento coleta, foram encontrados competição interespecífica. Em particular, análises de co-ocorrência entre os pares de espécies (par a par) indicaram uma tendência das espécies evitarem a sobreposição de ocorrência com outras espécies. Desta forma, a distribuição agregada em escala local diminui a oportunidade de competição promovendo a coexistência local. Além disso, esses resultados sugerem que as espécies ecologicamente dominantes possuem uma distribuição espacial agregada, a qual poderia aumentar a competição intraespecífica, mas poderia facilitar a coexistência com espécies subordinadas. Esse fator pode desempenhar um papel importante para a manutenção da alta diversidade do gênero Pheidole.