Estrutura e produçao de serapilheira do Manguezal do rio Baguaçu, Baía de Paranaguá - PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sessegolo, Gisele Cristina
Orientador(a): Wisniewski, Celina, 1953-
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/3368
Resumo: Este trabalho foi executado com objetivo principal de contribuir para o conhecimento da ecologia dos manguezais da Baía de Paranaguá (PR). Para isto delimitou-se dezessete parcelas de amostragem ao longo de três transectos dispostos no manguezal do rio Baguaçu. Estruturalmente este manguezal caracterizou-se por apresentar uma grande irregularidade interna quanto à distribuição de Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa, com alta densidade e reduzidos valores de área basal. Os sedimentos do manguezal foram classificados como arenosos, areno-siltosos e síltico-arenosos, com predomínio do primeiro devido ao fato do manguezal se situar junto à zona de alta energia da baía de Paranaguá. Encontraram-se evidências de que esta comunidade está condicionada às paleoformas que, mesmo retrabalhadas pela dinâmica atual, condicionariam a circulação local da maré e a granulometria, influenciando a vegetação. Obteve-se uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a porcentagem de silte e a área basal de Avicennia schaueriana, necessitando de uma investigação mais profunda. A produção de serapilheira nas parcelas do manguezal variou de 0,87 a 1,75 g/m2/dia, totalizando entre 3,2 e 6,4 ton/ha/ano. Verificou-se um padrão sazonal para a produção, com uma diferença estatisticamente significativa entre os meses de maior produção (verão) e os de menor produção (inverno). Obteve-se uma correlação positiva entre a variação da produção e a temperatura; e negativa com a umidade relativa do ar, mas com coeficientes relativamente baixos. O coeficiente de correlação entre a precipitação e a queda de serapilheira foi significativo mas também muito baixo. Obteve-se ainda uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a produção de serapilheira de R. mangle, L. racemosa e A. schaueriana com a evaporação total; negativa entre os valores de produção de Rhizophora mangle e Avicennia schaueriana com a umidade relativa do ar; e positiva entre a temperatura do ar e A. schaueriana e L. racemosa. Observou-se também uma correlação estatisticamente alta entre a produção por espécie e as variáveis estruturais, com destaque à dominância relativa. A baixa produção de serapilheira observada foi atribuída à reduzida área basal da formação. Esta área basal, inferior à da maioria dos manguezais estudados em latitudes similares ou próximas, foi relacionada ao fato deste manguezal se situar numa gamboa, provavelmente recebendo uma quantidade reduzida de nutrientes terrestres, ter sido modificado por ação antrópica, além de se situar próximo ao limite latitudinal de ocorrência do ecossistema.