Uso experimental de adesivo não cirúrgico de cianoacrilato nas hepatectomias parciais em cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Guerios, Simone Domit
Orientador(a): Susko, Itaira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/29052
Resumo: As lesões hepáticas decorrentes de traumas abdominais são freqüentes nos grandes centros urbanos e muitas vezes levam o paciente a óbito devido a hemorragia profusa. Atualmente há várias técnicas para a realização da hepatectomia parcial e hemostasia hepática, mas a maioria destas técnicas necessitam de longos períodos trans-operatórios devido à friabilidade e a hipervascularização do fígado, aliadas à difícil visualização e acesso as artérias e veias hepáticas para o controle da hemorragia e do fluxo biliar. Não existem estudos publicados a respeito do uso do adesivo não cirúrgico à base de cianoacrilato como hemostático tópico no fígado de cães. O presente trabalho tem por objetivos obter alternativas eficazes para o controle de hemorragia hepática, avaliar a citotoxicidez do adesivo não cirúrgico de cianoacrilato no parênquima hepático e analisar a toxicidade do cianoacrilato. Utilizaram-se 16 cães sem raça definida, divididos aleatoriamente em dois grupos. Os cães do Grupo I foram submetidos a hepatectomia parcial do lobo medial direito e a hemostasia foi promovida através da aplicação tópica do adesivo não cirúrgico de cianoacrilato. Para o Grupo II a técnica de hepatectomia parcial realizada foi a de compressão e ruptura do parênquima hepático, sendo que a hemostasia das artéria e veias parenquimais e a oclusão dos canalículos biliares foi obtida através de dupla ligadura com fio de poligalactina 910. Nos dias 2, 7, 14, 21, 30 e 50 pós-operatórios realizaram-se avaliações físicas e determinaram-se as concentrações séricas de fosfatase alcalina, alanina aminotransferase, gama glutamiltransferase, bilirrubina total, direta e indireta, uréia, creatinina e proteínas plasmáticas totais. De maneira semelhante, procederam-se hemograma e urinálise. Dois meses após o tratamento cirúrgico os animais foram mortos e realizaram-se avaliações necroscópicas do abdome e histopatológica do fígado. Nos resultados dos exames físicos e laboratoriais não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os cães do Grupo I e II. Durante o exame macroscópico verificaram-se áreas de aderência viscerais em todos os pacientes e víscero-parietal em três animais do experimento, com maior intensidade nos do Grupo I. Histopatologicamente observou-se hepatite crônica proliferativa, que se apresentou com maior severidade nos cães do Grupo I. Mesmo incitando moderada reação inflamatória, o adesivo de cianocrilato não cirúrgico não interferiu com a reparação hepática e os cães não apresentaram sinais compatíveis com hepatopatias. Tendo em vista os resultados obtidos conclui-se que o adesivo não cirúrgico de cianoacrilato pode ser indicado para hemostasia hepática, principalmente nos casos de emergência e quando não se dispõe de outras opções eficazes