Avaliaçao de parâmetros clínicos, histopatológicos e amplificaçao do oncogene MYCN para o prognóstico de crianças com neuroblastoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Parise, Ivy Zortea da Silva
Orientador(a): Figueiredo, Bonald Cavalcante de, 1957-
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/34706
Resumo: Resumo: O neuroblastoma é o segundo tumor sólido extracraniano mais comum em crianças abaixo de cinco anos de idade. Alguns tumores podem sofrer regressão espontânea, sem qualquer tratamento, especialmente em crianças menores de um ano de idade. Entretanto, a maioria das crianças apresenta estádios avançados, rápida progressão tumoral e diminuição da sobrevida. A amplificação do oncogene MYCN e a perda de ambos alelos de 1p36 (provável gene supressor tumoral) são os mais importantes marcadores moleculares relacionados com o pior prognóstico em crianças com neuroblastoma. O objetivo deste estudo foi identificar a amplificação do oncogene MYCN e outras características em 45 crianças (25 meninos e 20 meninas, variando de 1 mês a 13 anos de idade) com neuroblastoma atendidas em três hospitais de Curitiba, entre 1990 e 2000. A amplificação do oncogene MYCN foi verificada através da técnica de hibridização in situ por fluorescência (FISH). A maioria dos pacientes encontrava-se nos estádios 3 e 4 (36/45, 80%) e acima de 1 ano de idade (36/45, 80%) no momento do diagnóstico. A sobrevida observada nos estádios 1, 2, 3, 4, e 4S foi de 100% (2/2), 50% (3/6), 50% (8/16), 10% (2/20) e 0% (n=1), respectivamente. Comparações foram feitas para saber se tumor com amplificação do MYCN associado com outras características estaria relacionado com menor sobrevida. As características avaliadas foram sexo, idade, estadiamento, histopatologia, segundo os critérios da Classificação Internacional de Patologia do Neuroblastoma (INPC), grau de diferenciação neuroblástica (indiferenciado, pouco diferenciado e bem diferenciado), localização do neuroblastoma e resposta ao tratamento. Dezesseis (43%) de 34 tumores com resultados de FISH apresentaram amplificação de MYCN, enquanto as demais 11 amostras de cortes de parafina não puderam ser avaliadas. A sobrevida foi inferior em meninos com MYCN amplificado (8%) do que em meninas com MYCN amplificado (60%) de acordo com o Teste para Diferença entre Proporções (p<0,05), mas não pelo Teste Exato de Fisher (p=0,06), provavelmente devido ao pequeno número de casos estudados. Entretanto, não se observou associação estatisticamente significativa entre MYCN amplificado com outras características em relação ao prognóstico. Devido à progressão da doença, foram a óbito mais crianças que tiveram tumor com histologia desfavorável baseado no INPC (80%) do que favorável (33%, p=0,03, Teste Exato de Fisher). Pode-se concluir que a classificação histológica através do INPC é o parâmetro mais confiável para se prever o prognóstico. Ao contrário da maioria dos relatos, o diagnóstico numa parte do sul do Brasil é tardio (conforme se nota por meio dos estádios avançados e idade acima de 1 ano), provavelmente devido à baixa escolaridade da população e pelo atraso no encaminhamento para Oncologia Pediátrica. Sugerem-se outros estudos com uma maior casuística para confirmar estas conclusões.