Avaliação etiológica e clínica de pacientes com parkinsonismo atendidos no ambulatório de distúrbios do movimento da Universidade Federal do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Munhoz, Renato Puppi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/23746
Resumo: Resumo: Parkinsonismo é uma síndrome neurológica que inclui de forma ampla uma variedade de doenças que tem ao menos dois pontos comuns: (i) presença de mais de um dos três sinais cardinais, tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural, e (ii) fisiopatologia que inclui disfunção do circuito dopaminérgico nigro-estriatal, responsável pelo controle dos movimentos voluntários. Esta síndrome inclui doenças com incidência e gravidade amplamente variáveis. O maior desafio do clínico frente a pacientes com estes sinais e sintomas está na confirmação do diagnóstico etiológico, uma vez que cada uma destas entidades trás consigo características peculiares em relação ao tratamento e prognóstico. Os objetivos do presente estudo foram investigar estes diagnósticos etiológicos, ressaltando as principais características de cada forma de parkinsonismo e comparar os fenótipos clínicos evidenciando características relevantes. Foram analisados retrospectivamente os dados de uma amostra de pacientes com diagnóstico sindrômico de parkinsonismo, documentando-se dados demográficos, clínicos motores e não motores, bem como seu diagnóstico etiológico final de acordo com critérios estabelecidos na literatura. Foram coletados dados de 1528 pacientes, sendo a doença de Parkinson o diagnóstico final mais comum em 74,74 % pacientes, seguido por parkinsonismo medicamentoso em 7,86 %, parkinsonismo vascular em 3,92 %, outras doenças neurodegenerativas em 10,01 % (destas a paralisia supranuclear progressiva foi a mais comum) e finalmente causas mais raras e de ocorrência esporádica que totalizam 3,47 % do total, divididas de acordo com sua origem genética, infecciosa e outras. A análise comparativa de cada um destes grupos mostrou ainda que estas síndromes, além de diferenças relacionadas a seus respectivos critérios iagnósticos, têm comportamento peculiar em relação a variáveis demográficas e clínicas. Dentro de certos grupos existem diferenças significativas formando subgrupos especiais. Na doença de Parkinson isso ficou evidente com relação a sinais não motores, cujas presenças implicam correlações expressivas com diversos aspectos demográficos e clínicos. Entre pacientes com parkinsonismo medicamentoso, existem subgrupos relacionados ao tipo de agente causal que demonstram comportamento demográfico e fenomenológico divergentes. Conclui-se que as freqüências das principais causas de parkinsonismo no meio em que o estudo foi realizado são típicas, sendo a doença de Parkinson a causa mais comum, porém outros diagnósticos são freqüentes, ocorrendo em um quarto dos casos. Cada um destes diagnósticos diferenciais tem particularidades que exigem identificação, abordagens e valorização individualizadas. O parkinsonismo medicamentoso representa uma parcela particularmente grande e que envolve aspectos peculiares ssociados em parte aos hábitos de prescrição e disponibilização de agentes terapêuticos em nosso meio.