Resumo: |
Os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) são os mais importantes fenômenos meteorológicos causadores de Descargas Elétricas Atmosféricas (DEA). Neste trabalho é pesquisada a incidência de Descargas Elétricas Atmosféricas associadas a três Sistemas Convectivos de Mesoescala que ocorreram no sul da América do Sul e, também, a formação e evolução destes sistemas. Foram utilizadas imagens de satélite geoestacionário realçadas, no canal infravermelho, dados de DEA para o período 2002-2003 e campos meteorológicos obtidos com o modelo de mesoescala MM5. Estes campos foram analisados em superfície, 850hPa e 200hPa. As distribuições anuais e mensais de atividade elétrica mostraram que o ano de 2002 apresentou as maiores quantidades de DEA devido, pelo menos em parte, à influência do fenômeno El Niño. Nos meses quentes, quando é acentuada a ocorrência de SCM no Sul da América do Sul, foram detectadas as maiores quantidades de DEA, enquanto que os meses mais frios apresentaram os menores valores. Não foi possível relacionar a distribuição espacial das DEA com o ciclo de vida dos SCM devido a problemas de detecção dos sensores. Os três SCM selecionados ocorreram em associação aos escoamentos do ar diferenciados, colocados em evidência pelo modelo MM5. O primeiro se formou devido à circulação de brisa marítima, no litoral Catarinense. O segundo ocorreu na fronteira oeste entre os Estados de Santa Catarina e do Paraná, após a passagem de um sistema frontal. O terceiro se formou no leste da Argentina, devido às interações entre a circulação da Alta Subtropical do Atlântico Sul, ventos descendentes da Cordilheira dos Andes e ventos da região tropical. Ainda, o modelo MM5 mostrou que os SCM se desenvolveram em um ambiente baroclínico e com elevados valores de razão de mistura. |
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