Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Würfel, Simone de Fátima Rauber |
Orientador(a): |
Dellagostin, Odir Antônio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Veterinária
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Departamento: |
Faculdade de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7978
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Resumo: |
Campylobacter spp. é o patógeno de origem alimentar considerado a causa bacteriana mais comum de gastroenterite humana, responsável por cerca de 400 a 500 milhões de casos anualmente em todo o mundo. Este patógeno é um habitante comum do intestino de frangos de corte e, frequentemente, causa doença em humanos por meio do consumo de carne de frango contaminada. O objetivo deste estudo foi analisar a epidemiologia molecular e caracterizar o genoma de Campylobacter termofílicos isolados de produtos cárneos de frango comercializados no sul do Brasil. A relação genética entre os isolados de C. jejuni e C. coli foi avaliada pela técnica de pulsed-field gel electrophoresis (PFGE), a resistência aos macrolídeos, ciprofloxacina e tetraciclinas foi avaliada pelo método de disco difusão, enquanto que a detecção de genes associados à virulência foi avaliada pela polymerase chain reaction (PCR). Dois isolados de C. jejuni foram submetidos ao sequenciamento genômico completo e análise comparativa baseada no genoma de referência C. jejuni NCTC 11168. Identificou-se grande diversidade genética entre os isolados de C. jejuni e C. coli avaliados, embora tenha-se observado recorrência de alguns clones. Foram observados níveis elevados de resistência às tetraciclinas e ciprofloxacina, enquanto que níveis menores de resistência aos macrolídeos e multirresistência foram identificados. Os isolados também portavam vários genes associados à virulência, mas nenhum gene específico foi relacionado com a resistência a antimicrobianos. A técnica de PFGE e a pesquisa de genes associados à virulência tiveram maior poder discriminatório, porém, a análise da resistência a antimicrobianos forneceu informações importantes sobre os isolados, melhorando a diferenciação entre eles. A primeira análise gênomica de dois C. jejuni isolados no Brasil revelou diferenças na multilocus sequence typing (MLST). Além disso, a análise comparativa de referência revelou diferenças na estrutura genômica (SNPs, rearranjos e inversões) em ambos os genomas, bem como a presença de alguns genes associados à virulência e de elementos genéticos móveis, como transposons, ilhas genômicas e sequências de profagos. Mecanismos de resistência a antimicrobianos e um novo megaplasmídeo de virulência também foram identificados. De modo geral, pode-se concluir que a presença de uma diversidade de isolados de Campylobacter resistentes a antimicrobianos e potencialmente virulentos contaminando produtos cárneos de frango no Brasil representa um risco potencial à saúde dos consumidores. Isso demonstra a necessidade de medidas de controle mais rigorosas para Campylobacter na cadeia de produção avícola do Brasil. |