Análise das alterações de cobertura e uso da terra e conflitos ambientais na bacia hidrográfica do Arroio Moreira: subsídios para a definição da zona de amortecimento da REBIO Mato Grande (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Spiering, Viviane
Orientador(a): Simon, Adriano Luís Heck
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4730
Resumo: O presente estudo teve como objetivo analisar a cobertura e uso da terra e os conflitos ambientais na Bacia Hidrográfica do Arroio Moreira a fim de viabilizar a adoção das bacias hidrográficas que drenam para a REBIO Mato Grande enquanto limites na definição da zona de amortecimento da referida unidade de conservação. Neste intuito, inicialmente, foi realizado levantamento teórico sobre particularidades que destacam a importância da consideração de bacias hidrográficas enquanto zonas de amortecimento de unidades de conservação em áreas úmidas. Para isto, buscou-se por autores conceituados dentre três temáticas principais: bacia hidrográfica; usos da terra e conflitos ambientais; unidades de conservação em áreas úmidas. Posteriormente foi elaborado diagnóstico ambiental a fim de compreender aspectos naturais e socioeconômicos deste sistema ambiental. Este, contou com o levantamento de aspectos sobre geologia/geomorfologia, solos, hidrografia, capacidade de uso das terras, clima e produção agrícola e pecuária. Na sequência, buscou-se compreender as transformações no processo de ocupação da bacia hidrográfica em questão.Para isto, foi realizada análise sobre a cobertura e uso da terra em períodos pré e pós instituição da Reserva Biológica do Mato Grande, o que se fez a partir da confecção de produtos cartográficos dos cenários 1953/1964 e 2014. Posteriormente, fez-se levantamento dos conflitos ambientais existentes na bacia sendo elaborado produto cartográfico com a definição das Áreas de Preservação Permanente para que, na sequência, fossem identificados usos/coberturas atuais (2014) considerados irregulares para estas áreas. Os resultados mostraram que na bacia hidrográfica do Arroio Moreira as maiores alterações ocorridas em função do processo de ocupação antrópica dizem respeito a substituição de áreas cobertas por campos limpos por pastagens e cultivos temporários e que áreas de usos antrópicos agrícolas aumentaram em mais de 25% durante o período analisado. Com relação aos setores de contribuição de drenagem, verificou-se que em mais da metade destes as Áreas de Preservação Permanente são escassas e não oferecem o mínimo de proteção, sendo difícil assegurar a qualidade dos recursos hídricos. Setores que tem limite direto com a Reserva Biológica do Mato Grande estão entre os mais degradados, ao passo que já deveriam existir estratégias de preservação e fiscalização ambiental, já que estes estão situados dentro da faixa considerada como área circundante.Por fim, concluiu-se, que dadas as atuais condições ambientais observadas na Bacia Hidrográfica do Arroio Moreira, não há como assegurar o propósito da Reserva Biológica do Mato Grande em proteger a biodiversidade local, o que reforça o fato de que os limites das bacias hidrográficas que drenam para esta unidade de conservação devem ser considerados na definição de sua zona de amortecimento.