Similaridade genética entre cepas de microorganismos patogênicos isolados de leitarias e de aves silvestres capturadas nestes estabelecimentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moraes, Thamíris Pereira
Orientador(a): Timm, Cláudio Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7956
Resumo: Vacas podem entrar em contato com micro-organismos patogênicos através das mais diversas fontes, como água contaminada, alimentos, humanos e outros animais, e podem eliminar esses patógenos no leite. As aves silvestres encontram-se nos mais diversos habitats, podendo facilmente dispersar micro-organismos, sejam patogênicos ou não, no ambiente ou mesmo transmiti-los para animais domésticos e humanos, bem como podem ser contaminadas por estes. O objetivo deste estudo foi verificar a similaridade genética entre cepas patogênicas isoladas de fezes de vacas em lactação, leite destes mesmos animais, fezes de aves silvestres capturadas no entorno das propriedades leiteiras e amostras de superfície da mão dos ordenhadores. A captura das aves foi feita com redes de neblina, colocadas em locais estratégicos nas propriedades. As amostras de fezes foram obtidas através da inserção de zaragatoas estéreis no reto das vacas e na cloaca das aves capturadas. As amostras de leite foram coletadas no início da ordenha e a coleta de amostras da superfície das mãos dos ordenadores se deu durante este processo. Os microorganismos estudados foram Staphylococcus aureus, Yersinia enterocolitica, Salmonella enterica e Listeria monocytogenes. A resistência de S. aureus à meticilina foi testada. A similaridade entre os perfis moleculares dos isolados da mesma espécie foi verificada por rep-PCR. Foram feitas coletas em seis propriedades leiteiras, obtendo-se 88 amostras de fezes de vaca e o mesmo número de amostras de leite das mesmas vacas, 11 amostras de superfície de mão de ordenhador e amostras de fezes de 106 aves silvestres. S. aureus foi isolado de quatro Turdus rufiventris e de um Cyanoloxia brissonii, dos quais quatro eram MRSA. Y. enterocolitica foi isolada de dois T. rufiventris e um Columbina picui. Estes micro-organismos, inclusive MRSA, também foram isolados de fezes e leite das vacas em lactação. Não houve isolamento de Salmonella e Listeria. Em uma mesma propriedade, S. aureus isolados de fezes de um T. rufiventris e de amostras de leite e fezes de duas vacas apresentaram perfis moleculares idênticos, indicando a ocorrência de contaminação entre os animais domésticos e as aves silvestres. No caso específico de MRSA, considerando a origem da resistência desenvolvida por estas cepas, pode-se concluir que a contaminação inicial partiu de humanos ou animais domésticos para os silvestres, embora estes possam posteriormente servir de disseminadores. Os resultados ressaltam a importância do leite ser produzido com rigoroso protocolo de higiene, em salas de ordenha que não permitam o ingresso de animais estranhos ao processo, que o rebanho leiteiro seja constantemente monitorado quanto aos patógenos presentes e também que o leite sofra tratamento térmico antes do seu consumo.