Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Débora Rodrigues |
Orientador(a): |
Timm, Cláudio Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Veterinária
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Departamento: |
Faculdade de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7762
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Resumo: |
Dados sobre animais silvestres portadores e disseminadores de bactérias são escassos pela dificuldade de se obter amostras. Mostram-se necessários mais estudos para determinação da importância das bactérias veiculadas por estes animais em saúde única. Nesta tese, objetivou-se determinar a ocorrência destas bactérias em fezes de aves silvestres, predominantemente passeriformes, de vida livre e animais domésticos da mesma propriedade, animais silvestres em reabilitação, por causas diversas, e morcegos que habitam construções humanas, bem como analisar características dos isolados. No primeiro estudo, foram coletadas amostras das fezes de aves silvestres de vida livre e de até cinco exemplares de cada espécie doméstica em uma propriedade pluriativa. No segundo, foram coletadas amostras de animais recebidos em um centro de reabilitação da fauna silvestre. No terceiro, foram amostrados morcegos, de espécies que se alojam em construções humanas, de diferentes abrigos na região do Campus Capão do Leão, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram realizadas as pesquisas de Staphyloccus aureus, Yersinia enterocolitica, Salmonella enterica e Campylobacter spp. (apenas dos animais em reabilitação), por técnicas microbiológicas convencionais seguidas de confirmação por PCR, teste de resistência à cefoxitina dos isolados S. aureus, formação de biofilme (S. aureus isolados dos animais em reabilitação), pesquisa de genes enterotoxigênicos (S. aureus isolados de animais das propriedades) e comparação dos perfis moleculares (isolados S. aureus obtidos das propriedades e dos morcegos e Y. enterocolitica obtidas de morcegos) por reação em cadeia da polimerase de elementos repetitivos (rep-PCR). O percentual total de amostras das quais foram obtidos isolados foi 13,2% (93/703). S. aureus estava presente em 7,5% (12/160) dos animais domésticos e em 11,4% (62/543) dos animais silvestres. S. aureus resistente à meticilina (MRSA) foi isolado de 3,7% (6/160) dos animais domésticos e de 8,8% (48/543) dos animais silvestres. Destacamos como portadores de MRSA as espécies Sicalis flaveola, Turdus rufiventris, Furnarius rufus, Tadarida brasiliensis, Molossus molossus, Histiotus velatus e uma grande diversidade de espécies animais no centro de reabilitação. Já Y. enterocolitica foi isolada de 2,4% (17/703) dos animais, Salmonella de 0,3% (2/703) e Campylobacter sp. de 0,3% (1/324). Dos S. aureus obtidos dos animais das propriedades, 35,3% (6/17) possuíam genes enterotoxigênicos. De 40 isolados obtidos de animais silvestres em reabilitação identificados como S. aureus, 72,5% foram capazes de formar biofilme. Foram encontrados isolados indistinguíveis e intimamente relacionados em animais domésticos e silvestres na mesma propriedade. Perfis moleculares indistinguíveis pela rep-PCR também indicaram ocompartilhamento de mesmas cepas, intra e interespecífico, de S. aureus entre os morcegos e entre os abrigos. Animais domésticos e silvestres atuam como carreadores de bactérias importantes em saúde única, destacando-se o papel destes enquanto reservatórios de MRSA, podendo inclusive eliminar esses microrganismos nas fezes, constituindo uma fonte potencial de contaminação para o meio ambiente, outros animais e até mesmo para o homem. Considerando-se a variedade de espécies que podem ser portadoras destas bactérias torna-se necessário que medidas higiênico-sanitárias, como manejo adequado dos animais e desinfecção periódica de ambientes, sejam adotadas, a fim de minimizar a possibilidade de transmissão desses microrganismos e de diminuir o risco de infecção. |