Investigação da citotoxicidade e atividade antiviral dos extratos de Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Blank, Daiane Einhardt
Orientador(a): Cleff, Marlete Brum
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6071
Resumo: Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis, são plantas pertencentes a família Lamiaceae, apreciadas por suas propriedades aromáticas. Apresentam diversas atividades biológicas, dentre elas antifúngica, antibacteriana, devido ao potencial dos componentes presentes nos extratos e óleos essenciais. O presente estudo teve como objetivo determinar a composição química, a concentração não tóxica dos óleos essenciais, extratos aquoso e etanólico de Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis em diferentes linhagens celulares e avaliar a atividade antiviral frente a vírus de importância veterinária. As identificações químicas dos óleos essenciais Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis foram realizadas com o método da cromatografia gasosa com ionização por chama e os compostos dos extratos identificados com cromatográfica líquida de alta eficiência. No ensaio de citotoxicidade foram utilizadas as linhagens celulares MDBK, MDCK, CRFK e RK13, sendo confirmada a viabilidade celular pelo método MTT. A presença de atividades antivirais dos extratos foram analisadas por titulações dos vírus da diarréia viral bovina (BVDV), vírus da arterite equina (EAV), influenza vírus equino (EIV), calicivírus felino (FCV), vírus da cinomose canina (CDV), adenovírus canino (CAV) e coronavírus canino (CCoV), na presença ou ausência de cada extrato em concentração não tóxica. As placas foram mantidas em estufa com 5% de CO2 a 37 °C por 72 horas até a realização da leitura, tendo como base a ausência ou presença de efeito citopático. O título foi determinado como dose infectante para cultivo celular a 50% (DICC50/100μL). Os compostos encontrados em ambos extratos foram o ácido carnósico, ácido rosmarinico, luteolina, apigenina, caempferol e quercetina. No óleo essencial de orégano pode-se constatar o α-terpineno, γ-terpineno, linalol, 4- terpineol e timol. No óleo de alecrim foram encontrados o α-pineno, canfeno, 1,8-cineol e cânfora. De acordo com os resultados obtidos na determinação da concentração não tóxica dos extratos e sua composição química, definiu-se a concentração segura e eficiente dos extratos nos testes antivirais. O extrato aquoso na concentração de 1600 μg/mL, não apresentou citoxicidade para as linhagens celulares, enquanto ao extrato etanólico de Origanum vulgare somente na concentração de 600 μg/mL não foi tóxico para as células. A concentração máxima não tóxica do óleo essencial de Rosmarinus officinalis frente a células RK13, MDBK, MDCK e CRFK foi de 0,023μg/mL. Com relação ao óleo essencial de Origanum vulgare frente as células RK 13 e MDCK foi de 0,013μg/mL, utilizando as células MDBK o resultado foi de 0,052μg/mL e nas CRFK foi de 0,023μg/mL. Com relação aos extratos aquoso de Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis, apresentaram concentração não tóxica de 50 μg/mL para as células MDBK, CRFK e MDCK. Já nas células RK 13 o extrato aquoso de Rosmarinus officinalis foi de 12,5 μg/mL e o extrato aquoso de Origanum vulgare foi de 3,125 μg/mL. Com relação aos extratos etanólico de Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis, apresentaram concentração não tóxica de 3,125 μg/mL frente as células CRFK, mesmo resultado apresentado nas células RK 13 com extrato etanólico de Rosmarinus officinalis, já nas células MDBK e MDCK foi de 6,25 μg/mL. O extrato etanólico de Origanum vulgare foi de 12,5 μg/mL para as células MDBK e RK 13 e 25 μg/mL para as células MDCK. Os óleos essenciais de ambas as plantas apresentaram resultados mais tóxicos que os extratos, e não revelaram ação antiviral. Já o extrato etanólico do O. vulgare quando adicionado juntamente ao EAV em células RK13, resultou em redução no título viral de 105,42TCID50/100 μL para 100,79 TCID50/100 μL, indicando significativa ação antiviral (p<0.05). O extrato aquoso de O. vulgare quando adicionado juntamente ao EAV em células RK13, resultou em redução no título viral de 105,42TCID50/100 μL para 102,09 TCID50/100 μL. A adição do extrato aquoso de O. vulgare frente ao CDV resultou em redução nos títulos 102,00TCID50/100 μL para 100,00 TCID50/100 μL e na presença do extrato etanólico a redução do título foi de 102,00TCID50/100 μL para 101,50 TCID50/100 μL. O protocolo buscando atividade virucida foi capaz de demonstrar forte ação virucida do extrato etanólico de Origanum vulgare sobre o EAV, uma vez que após 1 hora de incubação os títulos médios do EAV ficaram reduzidos de 106 para 104 quando incubados a 37 ºC e para 103 com a incubação a 20 ºC. A incubação do EEO com o EAV a 4 ºC não resultou em diferença no título viral. Com os resultados desse estudo, observou-se que os óleos essenciais foram mais tóxicos quando comparados com os extratos aquoso e etanólico de ambas as plantas, conclui-se que o extrato aquoso de Rosmarinus officinalis foi menos citotóxico e evidenciamos a potencialidade antiviral do extrato aquoso e etanólico de Origanum vulgare frente ao EAV e CDV, confirmando a ação virucida do extrato etanólico de O. vulgare ao EAV, apresentando-se um promissor agente antiviral.