Suscetibilidade in vitro e in vivo de Pythium insidiosum a quatro óleos essenciais de plantas da família Lamiaceae e proposta de um novo inoculo para testes de suscetibilidade in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fonseca, Anelise Oliveira da Silva
Orientador(a): Meireles, Mário Carlos Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3255
Resumo: Pythium insidiosum é um oomiceto aquático e agente etiológico da pitiose, uma doença infecciosa, não contagiosa, de difícil tratamento e prognóstico desfavorável, que acomete mamíferos que habitam áreas pantanosas e alagadas. O presente estudo teve como objetivos: a) avaliar e padronizar um inóculo a partir de cultivo micelial de P. insidiosum; b) avaliar a suscetibilidade in vitro de P. insidiosum aos óleos essenciais de Origanum vulgare, Origanum majorana, Mentha piperita e Rosmarinus officinalis; c) investigar a ação antimicrobiana dos óleos essenciais de O. vulgare e M. piperita sozinhos, associados e em combinação com imunoterapia no tratamento da pitiose experimental. O inóculo foi confeccionado a partir de cultura micelial de P. insidiosum e testado frente a antifúngicos azólicos. Os resultados foram comparados aos testes de suscetibilidade empregando o inóculo padrão de zoósporos frente aos mesmos antifúngicos. O inóculo proposto mostrou padrões de suscetibilidade comparáveis ao inoculo padrão, indicando, portanto, que pode ser um método adequado para avaliar-se a suscetibilidade deste oomiceto, particularmente quando não é possível obter-se o inóculo padrão. Os óleos foram analisados por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa. Os componentes majoritários dos óleos essenciais foram os seguintes: O. vulgare: carvacrol (93,10%) e beta; O. majorana: 1,4-terpineol (34,34%); M. piperita: mentona (57,53%); R. officinalis: 1,8-cineol (64,53%). A atividade antimicrobiana foi determinada pelo método de microdiluição em caldo frente a 22 isolados de P. insidiosum. Os óleos foram submetidos a uma série de diluições, obtendo-se concentrações de 14 a 0,025mg/mL. As concentrações inibitórias mínimas para O. majorana, M. piperita e R. officinallis variaram de 0,11 a 3,5mg/mL e para O. vulgare de 0,05 a 1,75mg/mL. Os resultados evidenciaram que os óleos essenciais avaliados apresentaram ação antimicrobiana sobre P. insidiosum, ressaltando-se a melhor atividade do óleo essencial de O. vulgare. A partir destes dados delineou-se o experimento in vivo, no qual foram utilizados 18 coelhos com pitiose experimental, divididos em seis grupos de três animais sendo: grupo 1 controle; grupo 2 tratados com óleo essencial de M. piperita; grupo 3 tratados com óleo essencial de O. vulgare; grupo 4 tratados com imunoterápico Pitium Vac®; grupo 5 tratados com associação dos óleos de M. piperita e O. vulgare e grupo 6 tratados com associação dos óleos plus imunoterápico. Os óleos foram formulados em creme tópico e as lesões foram tratadas diariamente por 45 dias; os animais dos grupos 4 e 6 receberam uma dose do imunoterápico a cada 14 dias. Os resultados revelaram que a evolução das lesões dos grupos 5 e 6, não diferiram entre si, porém diferiram dos demais grupos. Evidenciou-se que as lesões do grupo 5 aumentaram 3.16 vezes a cada dia, enquanto àquelas do grupo 6, aumentaram 1.83 vezes, indicando o menor crescimento das lesões quando o tratamento empregou a combinação das terapias. Este estudo é pioneiro no tratamento da pitiose experimental empregando óleos essenciais de plantas e combinação de terapias com óleos em pitiose. Demonstrou que o emprego de óleos essenciais pode se constituir numa alternativa viável de tratamento da pitiose cutânea, particularmente quando utilizados em combinação ou em associação com imunoterapia.