Abordagens para reverter casos de infertilidade em vacas leiterias: Inseminação artificial intrafolicular e exposição prolongada a estrógenos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vargas Júnior, Sergio Farias
Orientador(a): Lucia Júnior, Thomaz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8026
Resumo: Problemas de infertilidade são comuns em vacas leiteiras, principalmente naquelas com alta produtividade, que possuem um metabolismo acelerado metabolizam mais rapidamente hormônios esteroides, como estradiol (E2) e progesterona (P4). Técnicas como a inseminação artificial intrafolicular (IAIF) e a prolongada exposição a estrógenos em protocolos de indução artificial da lactação (IAL) tem demostrado resultados promissores como alternativas para reverter estes quadros. No primeiro estudo, objetivou-se avaliar a motilidade de espermatozoides após inseminação artificial intrafolicular (IAIF) in vivo ou após incubação em fluído folicular, in vitro. A recuperação do conteúdo folicular foi realizada 1 a 4 h após a IAIF, para avaliação da motilidade espermática in vivo. Posteriormente, os espermatozoides de um pool de doses comerciais foram avaliados quanto à sua cinética após incubação in vitro, puros (em pool) ou em fluído folicular (FF), por até 3 h. A motilidade dos espermatozoides foi reduzida, tanto in vitro como in vivo, permitindo concluir que o folículo ovariano e o FF não proporcionam um ambiente adequado para a manutenção da motilidade dos espermatozoides bovinos. O segundo estudo, teve como objetivo determinar os níveis séricos de E2 e P4 em vacas submetidas a longos períodos de exposição ao estrógeno, bem como identificar as alterações no perfil gênico e celular do endométrio das vacas expostas a IAL. As vacas apresentavam 51,4 ± 11,0 pg/ml de estradiol no dia (D) 0, mas apresentaram níveis maiores nos dias 2, 4, 8, 10 e 13 após o tratamento (P < 0,05), atingindo até 4.000 pg/ml no D4. Os níveis de P4 foram superiores a 6 ng/ml no D0 e, durante o período de aplicação hormonal, as vacas induzidas mantiveram níveis acima de 6 ng/ml, retornando aos níveis basais no D8. Após o tratamento, o receptor OXTR (ocitocina) apresentou menor expressão (P < 0,05), enquanto o receptor PGR (progesterona) e o gene SERPINA14 apresentaram um leve aumento na expressão (P < 0,07). A modulação gênica exercida nos receptores de OXTR, PRG e no gene de SERPINA14 sugerem que a prolongada exposição a estrógenos influencia o ambiente uterino de vacas submetidas a protocolos de IAL, com efeitos positivos sobre sua fertilidade subsequente. A prolongada exposição a estrógenos não foi capaz de induzir modificações no padrão celular e na resposta imune no endométrio de vacas no proestro depois do tratamento. O presente estudo fornece informações a respeito da utilização de IAIF em bovinos para que futuros estudos sejam realizados. Ainda, fornece dados referentes ao perfil endócrino de vacas expostas a prolongada exposição a estrógenos, bem como as alterações promovidas por esta exposição na expressão gênica do endométrio e no seu perfil celular.